3 Setembro 2009
A Procuradoria abriu um inquérito-crime sobre a tragédia da praia Maria Luísa, mas, curiosamente, as declarações de isenção de responsabilidade continuaram como se não houvesse inquérito. Além disso, a atribuição de louvores não se fez esperar como se o inquérito já tivesse terminado e as conclusões permitissem louvores. Nada permite duvidar das intenções e da actuação da Procuradoria muito embora seja lícito pensar que eventuais culpados terão todo o interesse em esvaziar, por esta ou aquela via, a iniciativa legal. Isso mesmo já tem acontecido noutros casos e mais um não admiraria que viesse a terminar com o tal carimbo do «Arquive-se».
Mas admitindo-se que há inquérito sério e sem a intenção política do «Arquive-se» a ruir sobre as conclusões em fuga atempada, há duas perguntas inevitáveis. Por acaso foram exigidos os relatórios dos célebres estudos que responsáveis garantiram ter sido feitos pouco tempo antes da tragédia e que permitiram concluir que o risco «não era iminente»? E por acaso foi questionada em sede de inquérito a oportunidade da demolição do trágico penhasco da praia e a importância dessa iniciativa para a conservação e avaliação de provas – ou seja, a demolição foi feita com prévia consulta e anuência da Procuradoria?
Voltaremos ao assunto as vezes que forem necessárias.
Carlos Albino
- Flagrante cálculo: A avaliar os cálculos dos responsáveis pelos cinco partidos com expectativas de ganho regional nas legislativas, o círculo de Faro elegeria 14 deputados e não apenas os oito que lhe cabe em sorte… Aguardemos calmamente o final de Setembro e, até lá, alguns humoristas da política que vieram parar ao Algarve podem dizer tudo e até atirar foguetes e apanhar as canas.
Sem comentários:
Enviar um comentário