quinta-feira, 30 de abril de 2009

SMS 312. Cocktail eleitoral



30 Abril 2009

Pelo que se verifica, há duas campanhas eleitorais em marcha – uma, formalmente e com o calendário já determinado pela Comissão Nacional de Eleições, é para o parlamento europeu; outra, à socapa mas com evidente calendário selvagem é para as autarquias. Pelo meio ou entre parênteses ficam as legislativas com os principais partidos à espera dos resultados das europeias, as quais, à excepção dos belos cartazes, de Europa pouco têm, porquanto os temas que até agora subiram à cabeça dos cabeças de lista têm sido temas nacionais ou temas mais adequados para as legislativas. E muito embora a campanha comece a rigor a 25 de Maio, a obrigatoriedade de proporcionar igualdade de oportunidades e de tratamento das candidaturas, de observar os princípios da neutralidade e imparcialidade, tal como a proibição da propaganda política feita, directa ou indirectamente, através dos meios de publicidade comercial, já entrou em vigor desde 24 de Março, sem grande cumprimento como se tem observado.

Sem grande relação ou mesmo sem qualquer relação com as europeias e enquanto não se eleva o balão das legislativas com o ar quente de eventuais punições ou agraciamentos do eleitorado, a campanha para as autárquicas todavia já começou com os candidatos locais a usufruírem tanto quanto possam destes meses em que não há obrigatoriedade de oportunidades e de tratamento das candidaturas, em que os princípios da neutralidade e imparcialidade não contam e em que a não há proibição da propaganda política comercial, sobretudo a indirecta. E para isto tudo vale ou tudo conta quer para os que estão no poder do poder local, quer para os que se julgam no dever de derrubar localmente tal poder – do jantar ao artigo de jornal, da confraternização de compadres ao passeio na rua onde o máximo número de eleitores veja quem vai de proa ou de vento em popa, para não se falar dos acordos informais com os que, sem escrúpulos, já descobriram que as eleições são excelentes oportunidades para informalmente se contornar a lei.

É curioso este cocktail eleitoral das europeias com as autárquicas. Para as europeias, como se vê pelas listas, o Algarve nada contou até porque muito pouco fez para contar ou escassa força política moral terá para ser levado em conta. Para as autarquias, como se nota já nesta fase informal da campanha, o Algarve também pouco conta, contando apenas os quintais e a política de quintal contra quintal.

Carlos Albino

      Flagrante canonização: Depois do Condestável, santo seria Vital Moreira se agora surgisse e defender a criação da região piloto do Algarve.

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