quinta-feira, 9 de abril de 2009

SMS 309. Teremos voz na Europa?


9 Abril 2009

O Algarve tem tido mais ou menos uma presença na Europa, embora nem sempre brilhante, nem sempre a deixar o eleitorado convencido de que vale a pena escolher alguém para o corrupio de Bruxelas-Estrasburgo. É claro que o Parlamento Europeu de 1986 é diferente deste que vamos eleger a 7 de Junho e se o novo Tratado Europeu vingar mais diferente será esbatendo a ideia de turismo político e de exílio dourado que a «representação» dos europeus tem sugerido.

Recapitulando, antes mesmo de eleições europeias, Luís Filipe Madeira foi um dos nomeados em 1986 e em 1987, nas primeiras eleições, foi o número dois da lista do PS encabeçada então por Maria de Lurdes Pintasilgo. Em 1989, foi José Mendes Bota a pontuar pela região pela banda do PSD, enquanto, pela banda do PS, algum cheiro a Algarve poderia exalar, enfim, a eleição de João Cravinho, pois José Apolinário teria de aguardar uns quatro anos para, em Janeiro de 1993, marcar presença e ganhar direito a um lugar elegível nas eleições de 1994 mantendo-se até Outubro de 1998, uns quatro meses depois de José Mendes Bota, que não fora directamente eleito, ter regressado a esse terreno. Nas eleições de 1999, o Algarve continuou a ter aparentemente voz na Europa, porquanto o PS fez eleger Joaquim Vairinhos e, por aquele mecanismo do sai efectivo entra suplente, também Joaquim Piscarreta em 2001 lá foi para o corrupio. Nas eleições mais recentes, as de 2004, o Algarve resumiu-se e bem a Jamila Madeira. Para as próximas eleições de 7 de Junho, não se sabe ao certo o que os partidos vão conceder ao Algarve, se concederem, porquanto a questão de presença europeia ou não, tem andado arredada do frágil debate político regional dominado pelas autárquicas que ainda vão relativamente longe. A reclamação dessa presença não tem sido visível ou audível por parte dos partidos na região, quase parecendo que a Europa não faz parte da agenda política algarvia. E se calhar não faz, pois a agenda política algarvia também se resumirá, quanto à Europa, a duas ou três agendas pessoais e só deus sabe o conteúdo europeu e finalidades europeias de tais agendas.

Carlos Albino

      Flagrante raciocínio: Diz Apolinário que já ninguém ousa chamar «elefante branco» ao Estádio Algarve por causa de uma final de taça e de um rally. Passou a ser um elefante incolor.

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