23 Abril 2009
No Algarve, as listas para a Europa não provocaram qualquer alarido, parece que, das duas uma, ou estão todos contentes ou todos estão profundamente indiferentes. À excepção de Jamila Madeira que lá conseguiu um lugar sem garantia de eleição, certamente na expectativa de uma desistência, duas renúncias e meia suspensão, o Algarve é um zero à esquerda e à direita da Europa. Mais do que nunca o Algarve é uma periferia, um local sem importância nas excursões para Bruxelas/Estrasburgo.
Nas listas para as autárquicas, de modo geral quem está no poder recandidata-se e para quase todos os que se recandidatam só por grande asneira ou falta de destreza é que a vitória lhes fugirá das mãos. E diga-se que alguns dos futuros derrotados até desejarão paradoxalmente ser derrotados, na expectativa de usufruírem o pagamento político pelo facto de terem aceitado o imenso sacrifício de se candidatarem sabendo que iriam ser derrotados – o Arco da Vila de Faro tem alguma tradição de acolhimento destes desventurados, e se não for o Arco, o turismo terá lugar.
Nas listas para as legislativas que ainda vão relativamente longe mas já provocam despique de nomes – nomes que também na generalidade não passam de nomes, não se conhecendo desses nomes uma ideia sólida, um projecto de alcance ou um golpe de asa que dê esperança. É claro que citar alguma excepção que poderia ser citada apenas confirmaria a regra, mas nunca o Algarve teve tanto nome com voz do dono e para agradar ao dono.
Carlos Albino
- Flagrante slogan: Nós, Desgraçados.
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