7 Maio 2009
Desta feita esperava-se que os políticos algarvios, ou políticos do Algarve ou políticos que por acaso e conveniência estão no Algarve, ao lhes ser proporcionado espaço em jornais (sobretudo em jornais porque na rádio a voz pode falhar e em sempre é bonita de se ouvir) mostrassem classe, abordassem temas de teor directo e útil para a sociedade e, enfim, recobrissem os espinhos das polémicas perturbadoras com o veludo da confiança, ou seja, que mostrassem a classe da classe política. Esperava-se assim que nesta fase pré-eleitoral (pré das autarquias e pré dos lugares elegíveis das legislativas), os políticos elevassem a imprensa da região para aquele patamar onde o debate casa indissoluvelmente com a inteligência em regime de comunhão de conhecimentos adquiridos. Mas não! Vem um e fala dos passarinhos que fazem os ninhos nos beirais dos telhados, chega outro e escreve sobre a figura da mãe que é o tema mais estafado desde que a Eva escolheu essa nova oportunidade, outro ainda pronuncia-se sobre esse tema da política regional que é o da subida do Olhanense, outro mais avança com uns parágrafos sobre coisas mais que evidentes da Europa do género dois-mais-dois igual a qualquer coisa, e por aí fora, prevendo-se já que, nos próximos dias, algum autarca escreva sobre o 13 de Maio, outro sobre o problema da eventual invasão de alforrecas, mais outro sobre a forma como o governo está proteger a produção de mel e a proceder à medição das ondas como nenhum governo até hoje ousou – como se verifica, temas da mais elevada importância para os algarvios.
Aos políticos com a classe de políticos que temos, obviamente que não interessa a abordagem frontal dos problemas que afligem as populações, porquanto interessa-lhes apenas aparecer, melhor será se o aparecimento for regular ou periódico, sendo o ideal com fotografia como que a fazer uma espécie daquela prova de vida aos balcões da Caixa Geral de Depósitos. Interessa-lhes apenas dizer aquele «estou vivo», este «estou aqui» e «esta é a minha cara». Portanto, para quê mais do que os ninhos dos passarinhos, os filhos da mãe, o óbvio da Europa, a invasão de alforrecas? Não será verdade que para o grosso dos políticos que temos vindo a conhecer no Algarve as ideias não são mais do que «o combate do adversário» a tal ponto que não teremos políticos mas apenas grandes combatentes?
Carlos Albino
- Flagrante troço: Apolinário desafia Macário, que ainda está em Tavira, para debate das contas de Faro, falta Macário desafiar Apolinário para debate das contas de Tavira. Daqui se conclui que a 125 já está requalificada no troço Faro-Tavira.
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