quinta-feira, 29 de maio de 2008

SMS 264. Jornalismo de cidadania

29 Maio 2008

A Internet ainda não entrou em pleno no Algarve, embora seja já apreciável a comunidade de utilizadores e comunicadores por esse meio, por um lado jovens estimulados nas escolas por professores de visão larga, e, por outro lado, por uma elite gradualmente mais vasta e também cada vez mais primando pela qualidade de intervenção, por inegável seriedade de pensamento e de escrutínio da coisa pública. Pelo meio, há evidentemente um grupo de divertidos, por vezes a tender para o grotesco, mas também estes, sem que tenham esse objectivo, contribuem para o alastrar desse meio de comunicação que é por natureza multiplicador de conhecimentos, alguns dos quais, na era do papel, estavam confinados e reservados a redutos fechados ou pura e simplesmente controlados pelos interessados. A quantidade e a velocidade de informações de interesse público na rede de computadores já é tamanha que passou a ser comum os diversos líderes da sociedade terem em conta «o que diz a net» sobre eles mesmos ou sobre as matérias que tratam, ou mesmo a recorrerem à net para dizerem o que entendem. Há uns dez anos atrás todos tínhamos que enfrentar as lacunas impostas pela escassez de informações, agora temos igualmente todos a tarefa de filtrar, perante um volume impressionante de dados e opiniões, o que de facto é relevante e útil. Num Algarve sem tipografias vocacionadas para a informação e sem televisão própria, a net é um túnel de escapatória para uma sociedade cujo maior problema, assim entendemos, é de comunicação.

Aí está portanto uma era bem-vinda de jornalismo de cidadania em que cada um pode livremente comunicar com todos, sendo evidentemente maior a responsabilidade. E ainda bem que a generalidade dos jornais da era do papel (que não acabará, antes pelo contrário…) entenderam que têm de ter uma vida paralela na net, com actualizações ao dia, à hora ou ao minuto, conforme podem, numa interacção que apenas reforça o seu «papel» na sociedade e no quadro de um jornalismo de cidadania cuja eficácia já suplantou a dúvida porque deveras escrutina.

Carlos Albino

      Flagrante apresentação: Estamos para ver quantas lojas do cidadão de segunda geração, das 30 previstas até final de 2009, ficarão no Algarve. Os municípios que se mexam.

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