Observo com espanto a forma como as empresas que operam no Algarve olham de esguelha para a generalidade da Imprensa cá da terra, mesmo até para os dois ou três jornais de justificada referência regional. Naturalmente que os hotéis pouco ou nada precisam dos jornais para terem as camas ocupadas e que os bons sonhos ou pesadelos de quem nestas se deita não dependem da maior ou menor publicidade na Imprensa. Também o que ao Algarve chega a jusante do turismo, da imobiliária à distribuição alimentar, ou a montante, das funerárias às águas engarrafadas e ao jogo, para não falar dos eventos muitos dos quais são as funerárias da cultura e o engarrafamento da convivência, não precisará grandemente dos jornais para engrossar a contabilidade de caixa. Mas é com espanto que, ano após ano, décadas de turismo já após décadas, as empresas que operam no Algarve, ainda que por conveniência não sejam do Algarve, não sintam a necessidade de um laivo de responsabilidade para com os jornais que tantas vezes ou amiúde zelam afinal pelos seus mais directos interesses e estão na primeira linha da defesa de boas condições e circunstâncias para que operem com êxito, proveito e lucro. Folheio a imprensa regional de ponta a ponta e é no mínimo uma vergonha a ausência, divórcio e distância dessas empresas que parece ser desdenhosa e colonial – não lhes dá distinção. As camas podem ficar ocupadas a cem por cento, mas a honra não consta na lista de hóspedes.
Sobre esta vergonha, há mais para dizer, descansem as autarquias e empresas públicas – fica para depois.
Carlos Albino
Flagrante debandada: Numa gala de beneficência em Vilamoura, a Primeira Dama saiu cumpridos os discursos e foi a mesa de honra ficou um deserto. Provincianismo é isso.
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