Não foi um ovo de Colombo, mas ficou de pé. A Noite Branca de Loulé fez pública prova de que o bom gosto associado ao bom senso tem sempre êxito nem que seja no meio do gelo do pólo Norte ou nas águas mais isoladas do Atlântico. Provou aquela gente de Loulé que com imaginação e postura elevada, não é apenas a tradição e muito menos decreto ou devaneio de ministro que comanda o calendário da convivência humana – sem grande espalhafato conseguiram o milagre de um mar de gente vestida de branco (a única norma imposta) a passear a alegria pela noite fora sem que seja para passear o cão, e, enfim, a oportunidade do comércio mostrar o bilhete de identidade que tem no incontornável mundo das trocas onde quem compra e quem vende deve ter rosto, sendo já um achado encontrar um riso próximo do laivo de felicidade no rosto de quem vende ou de quem compra. Dizem-me que foi um ensaio, um primeiro ensaio, e que para o ano há mais. Que assim seja e que em algum canto se ouça um acordeão que quando é bom tem muito de jazz – foi a única coisa que faltou mas pouca gente deu pela falta.
Carlos Albino
Flagrante expectativa: Pelo balanço rigoroso do programa Allgarve.
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