quinta-feira, 9 de agosto de 2007

SMS 222. Dez coisas desagradáveis

9 Agosto 2007

Não é porque não faltem assuntos da política e dos políticos, ou lá porque médicos, jornalistas e advogados sejam já todos santos, ou porque o ministro Manuall Pinho já tenha ganhado a humildade que lhe falta, que o ministro Correia de Campos nos tenha convencido que essa do hospital não é para as calendas de Março, tal como tem acontecido com a eterna barragem de Odelouca, para não falar do célebre TGV Faro/Huelva prometido há dez anos para 2018! Nada disso! Falemos de dez coisas desagradáveis do dia a dia, tão desagradáveis que ninguém gosta de falar, perante as quais se fecham olhos, narinas e ouvidos, conforme o caso.

1 – Gente a urinar às esquinas das vias públicas ou fazendo o mesmo nas estradas, saindo de carros de alta gama – dois destes até reconheci obrigando-me a fazer cruzes canhoto. Vê-se.

2 – Gente da mesma igualha que escarra para os passeios públicos de Vila Real a Lagos, marcando território para a direita e para a esquerda. Ouve-se.

3 – Motos com tubos de escape abertos ou modificados, subindo ruas ou descendo avenidas como bombardeiros no Iraque. Ouve-se.

4 – Condutores que, com toda a insolência e até nas barbas dos polícias, estacionam os seus veículos sobre os passeios e só não o fazem junto da cama onde dormem, não por obesidade mas porque os carros não sobem escadas. Está patente.

5 – Outros da mesma igualha que passam pelas passadeiras de peões como talibãs em fórmula 1. Na terça, eu próprio por pouco não fui cilindrado.

6 – Gente que com contentores de ecopontos à frente dos olhos, continua a atirar lixo para as ruas porque para essa gente a rua será ainda uma pocilga. Cheira a peixe podre como qualquer mosca pode dar público testemunho de usufruto.

7 – Também gente que vai à frutaria e espeta a unha negra de suja na fruta ou que apalpa o pão depois de ter limpado a unha na fruta. Nota-se.

8 – Outra gente que, às tantas da noite, vai roubar flores, por exemplo, aos canteiros restaurados da Avenida de Loulé, para adornar marquises traseiras com cortinados chineses de onde seguem as educativas telenovelas do canal público e de outros canais correlativos.

9 – Restaurantes que, a escasso metro e meio de automóveis de gasolina, usam sem higiene alguma os passeios para os assadores de sardinhas e grelhadores de todas as carnes e gorduras, infestando os ares, provocando a vizinhança e provando que a ASAE nuns lados é um excesso desmedido e noutros faz de conta.

10 – Por último, umas croniquetas que há por aí que não passam de plágios da página 42 de um livro do Tibete e da página 73 de um filósofo de pacotilha que morreu à procura da felicidade pessoal absoluta tirando a dos outros. É claro que fazer plágio é o mesmo que exibir aquilo nas ruas a fazer aquilo ou espertar a unha negra na fruta intelectual.

Carlos Albino


Flagrante espectáculo: Macário a cantar o hino do Algarve se é que sabe a letra de cor e salteado.

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