quinta-feira, 30 de março de 2006

SMS 151. Post-scriptum muito comprido

30 Março 2006

O sr. Cabrita, presidente do Conselho Distrital de Faro da Ordem dos Advogados, contestou aquilo que aqui referimos sobre famas. Dirigindo-me pois ao sr. Cabrita no mesmo tom em que se legitimou, está patente que ele confunde iniciativas de advogados no Algarve com iniciativas de advogados do Algarve. Além disso, o sr. Cabrita amputa a pergunta aqui feita e que se repete: «Os advogados com arraiais assentes no Algarve, alguma vez debateram formalmente entre si como está e como pode ser a justiça melhorada e, já agora, a imobiliária no Algarve, livrando-se da fama que alguns têm?». A isto, o sr. Cabrita diz que sim, nós voltamos a dizer que não.

Com certeza que têm sido feitas «reuniões magnas» de advogados, magistrados e solicitadores no Algarve – a região até precisa desse movimento de congressos, reuniões magnas, fóruns. Tais congressos foram no Algarve como poderiam ter sido na Póvoa do Varzim, não se contesta. Com certeza que, pelo nosso lado, até seguimos com particular interesse o VI Congresso dos Advogados onde, por sinal, foi discutida com coragem, rigor e precisão aquilo que os jornalistas há muito deviam ter feito e não fizeram - a sua organização deontológica em bases democráticas. O sr. Cabrita concederá que atribuímos pior fama aos jornalistas no Algarve que a alguns advogados no Algarve. Fama, repetimos. Fama e apenas fama. Por certo inconsistente, mas fama.

Mas fora essas reuniões magnas, devemos dizer ao sr. Cabrita que muito gostaríamos de registar debates regionais, sérios e com serenidades, sobre famas e realidades da justiça do Algarve e no Algarve. Entre nós e com as parcerias naturais, designadamente universidade e institutos superiores do Algarve. E já agora - se o meu interlocutor aceitar mudar o tom também o mudarei com todo o gosto - devo dizer ao sr. Presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Advogados que até apoio a extensão desse debate para áreas onde a deontologia e os exercícios profissionais podem reclamar zonas de harmonização recíproca, designadamente advogados e jornalistas. Já uma vez tentei isso no passado, sem êxito, por sinal por culpa dos advogados e não dos jornalistas, porque há pessoas que apenas ligam às reuniões magnas com presenças magnas. Mas se o Dr. António Cabrita desejar actualizar essa agenda deontológica e manifestamente não-sindical (sindicatos é outra questão), garanto-lhe que da banda dos Jornalistas tem gente com quem contar, gente que não se revê nem quer rever-se na fama de alguns, poucos, insignificantes diga-se, mas basta um só para a fama – seja jornalista, seja advogado.

Carlos Albino

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