3 Julho 2003
É claro que não deixa de ser comovente que se escreva «Via do Infante» com caracteres góticos (nem a 20 à hora se decifram) e que por lá se meta a martelo um astrolábio, mas não haja lugar para o perfil daqueles barquinhos (os caíques) que tanto jeito fizeram ao D. Henrique, ou mesmo para um figo torrado que, como se sabe, foi fundamental para a aventura marítima. Todavia, é inacreditável que quer a Via do Infante quer o troço (ou entorse) que vem lá de cima, atravessem o Algarve como se o Algarve não tivesse história, sabendo-se que a referência à História é um dos poucos expedientes que, no espírito que viaja à velocidade legal, pode travar a velocidade dos loucos da frente e dos loucos que vêm de trás. Há o desvio para Silves, mas nem uma placa que assinale monumentos nacionais ou património classificado. Para Loulé, Faro, Olhão, Tavira e por aí adiante, nada também. Para o outro lado que é Lagos e dá rumo para Sagres, também nada de história... Inacreditável a cultura do betão.
Carlos Albino
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