10 Julho 2003
Nos termos e pelos processos usados pelos que reivindicam novos concelhos neste Sul a que chamamos Região não sendo, é lícito perguntar a quem interessa uma balcanização do Algarve. Até é de menor importância, no caso em que a polémica mais se agudiza, se os de Loulé estarão mais próximos de serem bósnios ou se os de Quarteira são parentes dos sérvios, sendo eles, afinal, todos desta nossa paradoxal Croácia: rica no Litoral, remediada no Barrocal e paupérrima sem dúvida na Serra. A noção de cidadania envolve, por definição, a noção de solidariedade e é isso que não se detecta. Foi um erro crasso, ter-se impedido a criação da Região do Algarve - o único Concelho que verdadeiramente nos interessaria - tal como tem sido crasso erro manter-se a instituição das Freguesias no estatuto de menoridade ou secundarização política, sem competências e, em certos aspectos, sem a dignidade da representação que têm. A ambição de ser concelho surge assim como que querer ser balcânicamente um «Estado independente», supostamente livre de qualquer canga e sobranceria. Só que a balcanização do Algarve apenas será conseguida pelo preço de muitas e óbvias subserviências. O custo da não-Região, está à vista. O Algarve perde. Pensem bem.
Carlos Albino
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