Porque não há jornal sem leitores, não há leitores fiéis sem
assinantes e não há assinantes sem que o jornal sirva o interesse público e o
bem-comum com independência, isenção e aquele esforço próprio que o faz porta-voz
de uma comunidade – a comunidade dos leitores fiéis, dos por estes influenciados
a que se juntam, ainda bem, os curiosos do online -, é aos leitores acima de
tudo que deixamos aqui os votos de que 2013 seja um ano de esperança em que
tudo isto melhore, de coragem para se enfrentar este dia a dia em que a
generalidade da gente séria faz das tripas coração para honrar compromissos e
continuar com palavra de honra, e sobretudo um ano de saúde, segurança, cultura
e justiça.
A Imprensa, de forma muito particular e gritante no Algarve, vive
dias negros na onda geral dos dias negros que afeta pessoas, empresas e
instituições. Numa região, como a nossa, a mais flagelada pelo desemprego e
pelas consequências calamitosas de erros já em décadas na política de desenvolvimento
que desencorajou a agricultura, decapitou as pescas, levou o comércio a viver
aos supetões e instalou um turismo sem sede no Algarve feito balcão, mais do
que nunca essa Imprensa – a local e a regional – é necessária e é um bem
imprescindível. Se queremos que a Região tenha um correio público que preserve
a sua identidade cultural já de si tão esbatida, ponha em letra de forma a
defesa dos interesses gerais e transcreva os anseios da sociedade em documento
que os poderes sejam obrigados a sentir e a registar desde que essa mesma
Imprensa não seja mera montra da política e dos políticos, tentação que, a bem
da verdade, a contaminou bastante e muito perverteu, não há volta a dar a não
ser com os leitores e os assinantes acima de tudo. Tal como os políticos, num
regime democrático, não sobrevivem muito tempo sem eleitores, um jornal, seja
local e atento à rua e ao número da porta, seja regional dedicado aos grandes
assuntos e aos factos relevantes de lés a lés, não sobrevive sem leitores. Uma
política desfasada dos eleitores é o cancro da liberdade, morre da doença; um
jornal sem leitores firmes e que respondam à chamada é andar enganado na mesma
doença da liberdade, morre da cura. É do Bê-á-Bá.
Assim sendo, Bom Ano para os leitores acima de tudo.
Carlos Albino
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Carlos Albino
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Flagrante
correio azul: E por último, mas só depois
dos leitores, Bom Ano e muita força anímica para o o diretor do Jornal do
Algarve, Fernando Reis, para aguentar o barco, e, se me permitem, para os
que semana a semana mais direta e pacientemente recobrem o autor destes
apontamentos com benevolência, desde a voz castelã da Filomena, ao Domingos Viegas
que é o jornalista mais alto do Algarve e ao trio de combate da Lídia Palma, da
Irene e Ana Reis.
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