4 outubro 2012
Temos no parlamento, como se sabe, nove deputados ativos, 4 do PSD,
2 do PS, 1 do CDS, 1 do BE e 1 do PCP. É claro que a atividade parlamentar se
mede pela qualidade e adequação das iniciativas legislativas que apresentam,
pelo teor das intervenções, pelo impacto dos requerimentos ao governo e pelas
repercussões das perguntas que formulam sobretudo aos ministros. Além disso, para o perfil de cada deputado
também conta o nível de trabalho em comissões, o valimento das deslocações que
fazem, os dotes que comprovam possuir quando são eventualmente nomeados como
relatores e também a perspicácia e grau
de conhecimentos que revelam nas audições em que circunstancialmente são
envolvidos. O registo de tudo o que fazem vai constando exemplarmente no site
oficial da Assembleia da República onde só não constam porque não podem constar
podem constar, os resultados ou a eficácia política da atividade de cada
deputado em S. Bento, sendo esta uma matéria do partido a que pertencem e em última
análise aos cidadãos que os elegeram e não andam distraídos. Mas isso é S.
Bento, havendo outra bitola para avaliação dos eleitos. É a bitola da sua
proximidade com os eleitores e para tal têm tempo reservado.
Olhando bem para essas duas facetas do conjunto que o Algarve
despachou para S. Bento, de modo geral o panorama é politicamente pobre para
não dizer paupérrimo.
No que toca à azáfama em Lisboa, pode um ou outro apresentar um
comboio de iniciativas legislativas, mas não passam de iniciativas de paus
mandados, com a assinatura para fazer número; pode este ou aquele invocar um
sem número de perguntas e de requerimentos, só que, além de impacto político
escasso ou nulo, a grande percentagem de tais perguntas sem resposta e de tais
requerimentos que nem aquece nem arrefece o requerido, não ultrapassa matéria
própria de assembleia de freguesia soando a ridículo e a reles interesse
eleitoraleiro numa Assembleia da República – só falta aparecer um requerimento
para a substituição da lâmpada de 25W naquela rua sem nome do Cachopo . E
quando se trata de intervenções de fundo em plenário, é a voz do dono conforme
o chefe do momento.
No que toca à proximidade com os eleitores, está à vista desarmada.
Claro que um u outro deputado de vez em quando toca nas grandes causas mas
pegando-as de cernelha se são afetos ao poder ou fazendo pegas de caras
desajeitadas se são da oposição. Por isso mesmo, a proximidade fica-se nas
pequenas causas e, nestas, ou é encenação montada para se ser visto, e não para
ouvir, indagar e auscultar quem tem razões fundamentadas dando-lhes seguimento,
com vista à iniciativa legislativa, ao requerimento doa a quem doer ou à
pergunta com resposta polticamente obrigatória e rápida, dando prova de que um
deputado em Lisboa, seja ele do partido do poder ou da oposição, não é um verbo
de encher e um pobre sortudo que veio da província e já tem mais do que
esperava ou contava ter pelo que convirá não descarrilar.
Carlos Albino
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Flagrante
défice mental: Corre nos círculos bem
informados, que foi a troika que obrigou o governo a inaugurar a escola de
Martinlongo, 13 anos depois de estar a funcionar em pleno, pois o facto de uma
coisa abrir sem ser inaugurada e ser inaugurada para continuar aberta,
contribui para o agravamento do défice mental.
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