11 outubro 2012
O PCP viu subir recentemente ao plenário parlamentar o seu projeto
de resolução sobre “Dinamização da atividade portuária como instrumento de
desenvolvimento económico da região algarvia”, subscrito entre outros pelo
deputado Paulo Sá, um dos nove eleitos pelo Algarve. O projeto de resolução foi
votado no dia 28 de setembro, sendo rejeitado (votos contra do PSD e CDS,
favoráveis do PCP, BE e PEV e abstenção do PS). Não interessa para aqui avaliar
tais votos e tal abstenção, mas o texto do projeto, a sua eficácia política,
alcance, viabilidade e adequação. Sem dúvida que temos ali uma razoável
descrição dos três portos comerciais e de outros três de pesca, mas, chegados
ao ponto das recomendações ao governo, estas não passam do elenco de
reivindicações que é normal encontrar-se em programas eleitorais. Não é que as
reivindicações não sejam pertinentes e justas – no caso dos portos algarvios
até são uma coisa e outra -, só que figurando num projeto de resolução apenas
se justificam com prévia e sólida negociação política ou com a certeza e
segurança de eficácia da iniciativa. E se assim não for, é atirar barro à
parede e adiar mais uma questão como foi o caso. A partir do parlamento, quem
está na oposição e sobretudo em nome de uma região politicamente frágil, pode
tentar mas não pode obrigar o governo a fazer o que este não quer fazer mesmo
que possa, e, além disso quer se esteja na oposição ou do lado do poder, também
não deve confundir iniciativas parlamentares com cardápios eleitorais apenas
para satisfazer um diminuto número de militantes. Faltou qualidade,
clarividência e oportunidade política ao projeto do PCP, mas quem perdeu não
foi o PCP que nunca esperou ganhar a votação mas apens fazer trabalho de casa, quem
perdeu foi o Algarve que, mais uma vez viu adiada, senão enterrada por muito
tempo, a discussão dos seus portos comerciais e de pesca, matéria em que todos
os governos têm andado a brincar. Mas se os governos podem brincar aos algarves
como têm brincado, já os deputados da região, sejam eles do PCP, do CDS, do
PSD, do BE ou do PS, poder podem mas não
devem jogar às manecas no parlamento. Pode ser divertido, mas é politicamente
primário.
Carlos Albino
Carlos Albino
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Flagrante
pergunta: Com essa retirada do
helicóptero do INEM para Beja, não compreenderam que para este governo, o
Algarve não está no mapa e que os algarvios são uns sub-alentejanos?
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