Há por aí grande confusão em determinada cabecinha, entre
publicidade e informação. Para essa pessoa tanto faz uma coisa como outra e,
pelos vistos, o que o Algarve necessitará é de publicidade, muita e mais
publicidade, e a informação, também pelo que já está visto, é mero adorno desse
fogo de vista. E então, vá de rios de dinheiro para essa publicidade, para esse
fogacho que, como outros fogachos, vai durar um anito, quando muito um anito e
meio. E o comércio algarvio, que está
nas lonas, vai nisto.
É claro que a preciosa liberdade de expressão não existe no vácuo –
precisa de uma base material que lhe dê sustentação. E essa base, para os
jornais e rádios, é uma sólida e variada carteira de anunciantes, cujo suporte
financeiro permita a prática de um jornalismo crítico e independente. Os
anunciantes e os leitores que pagam as suas assinaturas ou compram em banca o
seu jornal preferido, deveriam ser as únicas fontes de receita dos jornais que
não sejam meros expedientes ou refinadas aventuras. Cada expediente ou cada
aventura que surja fora disto lançará uma justa e real sombra de desconfiança
sobre toda a atividade jornalística na região, sobretudo se a obsessão
publicitária revelar completa ausência de ética ou dispensar a ética.
Mas, segundo parece, está-se a brincar com coisas sérias. E, mais
grave, a brincar num tempo de crise para todos, à exceção, naturalmente, dos
brincalhões de paraísos fiscais a quem muitas vezes convirá brincar com o
dinheiro como as crianças que jogam às manecas.
Carlos Albino
Carlos Albino
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Flagrante esclarecimento: Naturalmente que os ditos “jornais de encarte” não são jornais, são boletins e não mais. Um jornal que seja jornal não precisa de ser encartado noutro jornal.
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