Assim como nos anos das vacas gordas, a política no Algarve não passou do «esperemos que isto passe para se ver no que isto vai dar», também não é agora em tempo de vacas magras que a atitude política se vai alterar. Assim, no silêncio calculado dos que vivem da política e dela, quase mecanicamente, recebem as benesses e o salário de prestígio social, este 2009 que aí está e que envolve eleições, aquela regra vai ser de ouro, e todos esses vão esperar que isto passe para ver no que vai dar. Na verdade, quando a política é tomada e vivida ou manipulada, ao mesmo tempo, como causa e efeito, quem arrisca não petisca,. e quem não arrisca, pela certa petisca. É claro que, há uns anos, estaríamos longe de imaginar que a democracia daria numa situação que não passa de jogos de interesses – interesses pessoais ou interesses organizados de grupo, tanto faz, em que os eleitores e contribuintes apenas existem, não para serem ouvidos, atendidos e servidos pela política para melhor, mas apenas para legitimar a vitória dos que por aí andam a esperar que isto passe para se ver no que vai dar.
Teremos, pois, autárquicas, europeias e legislativas. Nas autárquicas, na maior parte dos16 casos do Algarve, voltará a ganhar que ganhou, pelo que as oposições locais andam a desencantar quem possa perder sem grande transtorno, mesmo com recurso a quem foi exonerado da política ou que há muito a política devia ter demitido. Não há ninguém que a troco de um lugar certo de deputado que é o maior petisco, arrisque uma derrota autárquica. Nas europeias, nem se sabe se o Algarve terá algum lugar «elegível», como se diz no jogo em que a democracia se transformou, em todo o caso parece que há lugar cativo e o esforço para essa marcação foi notório. Nas legislativas, salvo algum autarca de relativo êxito provinciano que tenha sonhado ou mesmo reivindicado um voo mais alto para S. Bento, as máquinas partidárias têm obviamente os nomes na calha, pelo que gentinha cá de baixo só é ouvida para não se dizer que não foi escutada – fica quem estiver de alma e coração na situação porque de situação se trata por muito que custe a quem jamais esperaria que a democracia desse em situação.
Carlos Albino
- Flagrante expectativa: As contas e resultados dessa coisa do Allgarve que foi a maior asneira do Ministério da Economia Cultural ou da Cultura Económica, como queiram, pois misturar cultura e economia é regra de qualquer situação.
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