quinta-feira, 27 de novembro de 2008

SMS 290. Há um Plano B?

27 Novembro 2008

Tempos difíceis vão vir, mas não desejamos, ninguém deseja que o pior possa acontecer para a actividade que se converteu no principal suporte económico do Algarve e para as actividades conexas ou que andam em órbita do turismo. Mas, ainda há bem poucos anos ninguém pensaria que uma crise financeira a ditar uma crise económica pudesse, com persistência, abalar o sistema adoptado à confiança pela generalidade dos países, a ponto de se terem tolerado como inofensivos os paraísos fiscais cujo relativo controlo, apenas desde há uns cinco, sete anos se revelou ser necessário no que toca a operações ilícitas e ilegais, as quais foram sobretudo atravessando os negócios imobiliários.

É sabido que, com poucas excepções, os grandes e verdadeiros proprietários das redes e unidades turísticas que operam no Algarve, não estão no Algarve nem sequer no país – estão fora. Por aqui mantêm delegados, com a categoria de directores mas sem grande ou mesmo sem nenhum poder de decisão autónoma para as questões de fundo, e, quando muito, representam. Enquanto o lucro for evidente, tudo correrá bem ou mais ou menos bem. E se o lucro desaparecer? Pois se desaparecer, é claro que vão-se os anéis e ficam os dedos.

Só agora por aí se começa a fazer estudos previsionais com bases credíveis e seriedade, os sinais de perigo até nem são alarmantes, os recuos podem ser recuperáveis mas tudo depende de factores que ninguém isoladamente controla e que mesmo em conjunto também ninguém pode controlar, mesmo que continue a haver magnífico sol, esplêndido mar, praias de sonho, ouro a olhos vistos nos campos de golf e… infra-estruturas.

Ora, já devia haver um Plano B para a região porque o salve-se quem puder, com o peso e a dependência que se gerou, não vai salvar ninguém. Não desejamos, ninguém deseja, mas a prudência aconselha a que não enterre a cabeça na areia.

Carlos Albino

      Flagrante ilusão: Duelos pessoais que não chegam a escaramuça e muito menos a batalha, e «guerras políticas» declaradas ou travadas artificialmente, não enganam a ninguém mas iludem muita gente.

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