quinta-feira, 4 de setembro de 2008

SMS 278. O Carrocel Oito

4 Setembro 2008

Como era de esperar, o PSD reelegeu Mendes Bota, e, como se esperar será, o PS vai reeleger Miguel Freitas, ficando compostas as flores centrais do ramo que vai adornar as eleições. O PSD algarvio que não teve debate, teve despique e fez barulho, tem mais ou menos os seus nomes fixados mesmo que se admita algum mau humor da liderança nacional do partido; e o mais ou menos algarvio PS que não tem despique nem debate, sem problemas com a chefia, caminhando mudo e prosseguindo calado (pois que há-de dizer?) vive a paz daquelas força políticas em que a vontade política é como se fosse um acto administrativo ou, por indolência, um benefício nada sofrido daquela regra segundo a qual «as favas estão contadas».

Está à vista que há nomes mas não há debate. Miguel Freitas repete casuisticamente o que vem lá de cima, Mendes Bota faz a oposição casuística que pode. Sobre a região, o futuro da região e o que a região deve ser, há umas ideias gerais e umas explanações específicas (específicas, consoante se procure a conformidade com o poder ou a coerência de oposição), sobre os problemas da Sociedade troca-se por miúdos os comunicados do poder ou verbera-se o silêncio oficial quando tais problemas parecem ser graúdos, e assim se vai gastando o tempo, o tempo político até à normal e previsível efervescência da formação das listas – listas autárquicas e listas de deputados, esse Carrossel Oito que simula o debate que não houve até agora e possivelmente não haverá até às próximas corridas de Mendes Bota e Miguel Freitas, com mais uma voltinha para a menina Manuelinha e mais uma voltela para a menina Manuela, como o altifalante do Carrocel Oito a sério dizia.

Pode ser isto um divertimento e até proveitoso, mas a primeira vítima desta política aos oitos é sem dúvida a própria Sociedade, e as últimas vítimas serão os próprios políticos. Deixem chegar só mais uma geração.

Carlos Albino

      Flagrante vergonha: O que aconteceu na Praia dos Salgados (Albufeira) e zonas limítrofes. À causa chamam agora «efluentes» como se aquilo fosse o mesmo que emanante, proveniente ou irradiante, e os dicionários não registassem aquela adequada palavra que só pela palavra dá vergonha... Na verdade, Praia dos Efluentes é coisa mais nobre e fina.

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