Até às eleições, o panorama político do Algarve não deverá mudar: o PS tem Miguel Freitas com telecomando à frente do seu barco, no PSD as dúvidas foram tiradas a limpo por José Mendes Bota no que aqui se previa ser uma escaramuça como foi, e quanto ao resto, o PCP vai fazendo o seu tradicional trabalho colectivo (sem grande rosto que se veja), o CDS-PP anda por aí como as equipas do sobe-e-desce da primeira liga mais à espera de algum desaire do competidor ou boleia de grande, e o Bloco aponta, requer, denuncia, protesta, condena, luta a confraternizar e confraterniza a lutar – o que faz falta e nos dá o conforto de alguém cumprir o seu papel. Ah! Faltam os activistas isolados que saíram dos partidos, ou, por expressão sinónima, cujas cabeças os partidos abandonaram, ou ainda que apenas estariam nos partidos se deles fossem cabeça – estes escrevem artigos, e algum com mais elevado sentido de sobrevivência joga mão a uma associação, a um movimento, ou mesmo a um grupo de pressão, enfim, na expectativa de poder entrar no barulho, mas, até ao barulho, escrevem artigos.
Quanto às chamadas «instituições regionais», onde a AMAL faz de conta e pouco mais, o governo civil está possivelmente atento aos fogos no verão, não se prevendo grandes cheias no inverno que falta até às eleições e reza a todos os santos para que as coisas da segurança não desmintam aquele indesmentível Algarve dos bons costumes fora as excepções; a RTA parece que está apaziguada, e as direcções ou delegações dos ministérios cumprem e cumprirão as ordens de cima, com a corte de funcionários que circulam sobretudo em Faro e animam Faro, passando soberanamente ao lado de qualquer polémica.
O Algarve está formatado – politicamente, 2009 começa agora, embora ainda não haja muito barulho.
Carlos Albino
- Flagrante raciocínio: Há um aviso aos doentes que entram nas urgências do Hospital de Faro que diz: «A qualidade dos serviços públicos começa em si»… E estávamos todos a pensar que tal qualidade deveria começar nos serviços e nos funcionários públicos!
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