
O Algarve político, portanto, até Setembro, ficará confinado às celebridades que venham a banhos, às revistas e suplementos de jornais especializados em «eventos» e apanhados, e, de resto, que Deus ajude aos que, nas pequenas casas de comércio disto e daquilo, ou fazem por estes dois, três meses algum dinheirinho, ou terão muito que penar. E quanto às grandes casas, pouco importará, porque estão aqui como poderiam estar em Marrocos, na Tunísia, na Grécia ou no México, enquanto a imobiliária se compraze numa cumplicidade de interesses que as autarquias também não enjeitam no final da fila de intermediários aos quais também a ocasião dá jeito.
O que por aí se sente, possivelmente não será paz, mas apenas bonança. Precederá alguma tempestade? Oxalá que não. Significará um potencial de pensamento e reflexão? Duvida-se que assim seja ou, melhor dizendo, tudo aponta para que não seja assim. Um escritor norueguês que lá foi há muito mas que prezo, Björnstjerne Björnso, advertia que «em política, a verdade deve esperar o momento em que alguém precisa dela». Possivelmente, a generalidade dos algarvios está à espera da verdade.
Carlos Albino
- Flagrante disfarce: Há agendas autárquicas que há muito deixaram de ser agendas – são adendas de promoção política e, para disfarçar, até põem as missas todas.
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