quinta-feira, 3 de abril de 2008

SMS 256. Camaroeiro de votos

3 Abril 2008

O governo já começou com o corte de obras no Algarve, e começou pelo elo que lhe parece ser o mais fraco – Guterres já tinha feito o mesmo que Durão Barroso agradeceu. E tinha que ser.

Para satisfazer o imenso cardápio de reivindicações para a Região Oeste (não foi acaso que a isso fizemos referência na SMS de 7 de Fevereiro), em compensação da perda de um aeroporto que nunca existiu, e para outras obras de vulto que o calendário eleitoral aconselha sem adiamentos noutras zonas de simpatia do país, olhando para o mapa, o que é que o Algarve conta? E o que conta no Algarve? Ou por que insondável motivo conta?

É isso que o ministro Mário Lino, para já, deveria vir explicar, se é que pode explicar, ou seja necessário explicar, porquanto a região ficou docemente pacificada ou inoculada com o assunto da requalificação da 125 que se julga ser o remédio para todos os males, e, não só remédio mas também razoável ou mesmo eficaz camaroeiro para apanha de votos. É o que vai ser, porque a quebra de compromissos já entrou nos hábitos da política. E assim vai tomando perversa força aquela pergunta retórica – «Desde que não mexam no meu quintal, que me interessa que mexam no quintal dos outros?». Perversa porque, algum dia, verão que estão todos no mesmo quintal. E então será tarde para dar conta do engano e justificar os desenganos.

Carlos Albino

      Flagrante dúvida: Mas então as comissões concelhias dos partidos não são capazes de escolher listas sem sondagens? E isso faz-se por sondagens ou por critérios, condições e perfis que é o que justifica partidos numa democracia?


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