Em conveniente declaração prévia, digo já que nada tenho contra os bichos e que até gosto de bichos, mas há limites. E o limite está quando por aí vemos muito homem-cão a passear cão-homem, sem se saber muito bem se o dono é o cão ou será o homem, pois a exibição do luxo dessa propriedade é recíproca e provoca idênticos dejectos, cada parte a julgar que faz boa figura – o cão treinado para mostrar que o dono é homem, e o homem mostrando a felicidade de que o cão é dono.
Não vou falar dos episódios trágicos que há muito tempo deviam ter terminado de uma vez por todas se as autoridades tivessem autoridade, usassem a autoridade ou tivessem meios para exercer a autoridade – na verdade, é impossível colocar atrás de cada homem-cão uma autoridade que impeça a luxuosa transformação em cão-homem daquilo que é apenas cão e que os donos exibem como se fosse homem mas a que a lei exige açaime e corrente.
Por outras palavras, também no Algarve não há controle do que rigorosamente se chama posse responsável dos cães, até porque, havendo muitos cães-homem e outros tantos homens-cão, são incontroláveis os cães que são donos do homem, mesmo que tais cães não tenham cão. E até podem dizer que isto é uma metáfora, mas que não é indicador de riqueza e de qualidade de vida no Algarve, ah, lá isso é que não é, mesmo que a Universidade da Beira Interior, já agora, também inclua esse item de genes agressivo, pois o provincianismo também é cão sem açaime.
Carlos Albino
Flagrante esclarecimento: É expectável que nos postos de comando do Algarve, por princípio, devam estar algarvios o que não difícil de definir, e não tanto interessados em negócios algarvios. Só uma agenda para a desregionalização é que leva a fechar os olhos a isso.
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