Claro que só num país da cauda do mundo é que responsáveis políticos se atrevem a dizer em ar de descoberta, com êxito e impunidade política, que devemos dar prioridade à educação e à escola… Então não foi dada? Não deveria essa prioridade ter sido dada há muito, ser há muito um dado adquirido e ter entrado já na rotina do orçamento e da política? Essa conversa que, no século XIX, era a conversa normal dos países mais avançados da Europa, se ainda serve de conversa e bandeira política em 2008, é porque o País tem as suas bandeiras do ensino em meia-haste à porta das suas escolas, por maior que seja a boa-vontade de um escol de professores em disfarçar ou remediar esse ar de luto da educação.
Num balanço destas décadas de democracia que já vai em tantas décadas como as do puro regime autoritário, custa constatar como o Estado tratou os professores como bombeiros voluntários, protegido (ele, o Estado) sem dúvida por uma minoria de beneficiados bombeiros excepcionais. E custa verificar como o mesmo Estado converteu os professores, de modo geral, em tribo nómada, a saltarem de terra em terra, muitas vezes sem tempo sequer para armar a tenda, submetendo-os portanto a uma cultura de tenda que também não deixa de gerar zelosos interesses. Foi deveras um milagre que a escola, de quando ou quando, pela abnegação de alguns professores (e não por vontade expressa do Estado) tenha cumprido algumas das suas missões, ou conseguido ligar-se, aqui e acolá, à comunidade que serve, da qual deveria ser motor e não apenas piquete para apagar fogo posto.
Carlos Albino
Flagrantes nomes de escolas: Diz-me como te chamas, dir-te-ei quem és… E há cada nome!
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