Segundo a lista apresentada pela RTA ao ministro da Economia, pede-se a provação de 54 mil camas turísticas para projectos de excepção, antes da entrada em vigor do PROT que limita as hipóteses a 24 mil camas até 2018, o mítico ano do comboio de elevada velocidade Faro-Huelva...
Ora, enquanto é tempo, pedir 54 mil camas é pouco para terminar esta obra-prima de enterrar o Algarve em betão e enterrar neste os residentes estrangeiros, sabendo-se que o desenvolvimento caótico é que é desenvolvimento, e que o desenvolvimento a sério não permite espaços livres nos relativamente escassos quilómetros da primeira linha da costa algarvia. Aliás, para determinada gente com a febre do negócio - cujo modelo será a Costa do Sol - não há desenvolvimento sem caos, sem problemas de tráfego, de insegurança, de abastecimento e de lixos. Até nem se sabe que futuro possa ter o Algarve sem Mijas à portuguesa em Albufeira, sem uma Fuengirola à esquerda e outra Estepona à direita, cabendo ainda uma espécie de Manilva entre dois campos de golfe, um dos quais em cave. É que não se pode imaginar um Algarve desenvolvido sem a nossa Málaga em Quarteira e Marbella em Armação, porquanto Portimão e arredores é já uma espécie dessa hipertrofia urbanística que é barata e dá milhões, sendo sem dúvida um sistema ambiental sustentável.
Duvida-se é se com 54 mil camas apenas, se conseguirá essa meta de progresso e de potencial interesse nacional, pelo que a RTA deveria ter pedido não 54 mil camas, mas 45 vezes mais, muito embora dois milhões de camas fosse o ideal para se acabar de vez com isto tudo desenvolvido.
Carlos Albino
Flagrante falha: António Pina deixa o cargo de governador civil sem publicar a lista dos cônsules honorários no Algarve. Não por culpa de António Pina - segundo consta, haverá muito honorário que prefere andar pela calada e não levantando ondas.
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