27 julho 2006
As gentes de Vila do Bispo protestam contra o abandono da Fortaleza de Sagres e do Forte de Santa Catarina e insurgem-se contra o facto do Farol de Sagres estar encerrado. Os protestos têm, obviamente, o endereço do IPPAR que tutela e gere o segundo lugar mais visitado do País, arrecadando receitas que não reinveste naqueles monumentos. Pois os de Vila do Bispo, estão cheios de razões e motivos.
Para não falar do mamarracho que se permitiu, o IPPAR tem normalmente olhado para Sagres de soslaio e, nessa atitude, não está só, porquanto o estranho desprezo e o desleixo escrutinador com que a Comissão Nacional da UNESCO tratou do processo de candidatura do Promontório a Património Mundial chocaram os espíritos atentos mas inconformados face aos que sabem tudo. Parece até que alguém teme que em Sagres se possa identificar com segurança algo de incomparável mas que, em função daquele soslaio, desprezo e desleixo, anda entre a boa embora escassa informação e a lenda.
Claro que o decisor em última análise do IPPAR, no seu gabinete em Lisboa, e a ministra da Cultura, no alto do Palácio da Ajuda, não são nem podem ser fiscais directos e no terreno do que se passa com o património e com a cultura no Algarve – para tanto dispõem no Algarve de extensões, o Ministério tem uma Delegação Regional e o IPPAR conta com uma Direcção, igualmente de nome, Regional.
Mas não direi mais do que o seguinte: quanto à Delegação do Ministério, tenho saudades de João Ventura nesse posto, do seu entusiasmo, dos seus conhecimentos, melhor, da sua constante procura de conhecimentos, e quanto à Direcção a conversa acabou quando verifiquei que não valia a pena, nem valendo a pena recordar. E sendo assim junto-me aos de Vila do Bispo nos seus protestos e nas suas razões.
De facto, nesta matéria, justifica-se uma «mexida regional».
Carlos Albino
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