28 Abril 2005
Quem não deve não teme. Para Sábado, dia 30, está marcada a primeira sessão do Fórum Loulé 21, um anunciado espaço de debate aberto aos cidadãos, associações, empresas, escolas, agentes autárquicos e, enfim, a todas as carruagens do comboio da cidadania. A finalidade, também anunciada, é apurar a estratégia de desenvolvimento do concelho louletano, decorrendo ao mesmo tempo um inquérito, diga-se, bem elaborado. Aí temos portanto debate, a avenida larga do debate naquele sentido pelo qual António Sérgio tanto pugnou. É uma boa notícia, tratando-se de uma inciativa que, se for levada a bom porto com lhaneza e seriedade, poderá muito bem colmatar o que os partidos não conseguiram concretizar nestes 31 anos de democracia, tão envolvidos têm andado na luta pelo poder – pelos poderes a vários níveis – tantas vezes esquecendo o bem comum em nome de um reclamado e, por natureza, sempre duvidoso interesse geral.
É uma iniciativa exemplar que deveria ser seguida não só em cada um dos concelhos do Algarve mas sobretudo pelo próprio Algarve no seu todo que tarda em rever-se na Junta Metropolitana que não há meio de descolar, sobrevivendo de episódios.
Resta saber é se as eleições autárquicas serão apenas uma circunstância no meio do fórum louletano ou se este mesmo fórum, desvirtuando-se ou desvirtuado à força, ficará reduzido a mera circunstância das autárquicas. Esperemos que não – melhor dizendo, esperemos que os cidadãos louletanos saibam agarrar esta oportunidade em que a formulação dos problemas antecipe soluções não escrutinadas pela discussão, pelo debate, enfim, pelo exercício da Crítica que, com letra maiúscula, será ou deverá ser sempre o exame racional, indiferente a preconceitos, convenções ou dogmas, tendo em vista um juízo de valor.
Carlos Albino
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