Quem não deve não teme. Para Sábado, dia 30, está marcada a primeira sessão do Fórum Loulé 21, um anunciado espaço de debate aberto aos cidadãos, associações, empresas, escolas, agentes autárquicos e, enfim, a todas as carruagens do comboio da cidadania. A finalidade, também anunciada, é apurar a estratégia de desenvolvimento do concelho louletano, decorrendo ao mesmo tempo um inquérito, diga-se, bem elaborado. Aí temos portanto debate, a avenida larga do debate naquele sentido pelo qual António Sérgio tanto pugnou. É uma boa notícia, tratando-se de uma inciativa que, se for levada a bom porto com lhaneza e seriedade, poderá muito bem colmatar o que os partidos não conseguiram concretizar nestes 31 anos de democracia, tão envolvidos têm andado na luta pelo poder – pelos poderes a vários níveis – tantas vezes esquecendo o bem comum em nome de um reclamado e, por natureza, sempre duvidoso interesse geral.É uma iniciativa exemplar que deveria ser seguida não só em cada um dos concelhos do Algarve mas sobretudo pelo próprio Algarve no seu todo que tarda em rever-se na Junta Metropolitana que não há meio de descolar, sobrevivendo de episódios.
Resta saber é se as eleições autárquicas serão apenas uma circunstância no meio do fórum louletano ou se este mesmo fórum, desvirtuando-se ou desvirtuado à força, ficará reduzido a mera circunstância das autárquicas. Esperemos que não – melhor dizendo, esperemos que os cidadãos louletanos saibam agarrar esta oportunidade em que a formulação dos problemas antecipe soluções não escrutinadas pela discussão, pelo debate, enfim, pelo exercício da Crítica que, com letra maiúscula, será ou deverá ser sempre o exame racional, indiferente a preconceitos, convenções ou dogmas, tendo em vista um juízo de valor.
Carlos Albino
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