4 Março 2005
Anda-se por essas estradas para o Algarve e no Algarve e não há meio de haver sinais da terra! É verdade que há uns tempos, a gente via, antes do desvio para Messines/Silves uns valentes painéis a indicar a Rocha da Pena e a Fonte Benémola, duas para cá e duas para lá. Valentes e despropositados, porque a rocha fica muito longe em Salir e a fonte mais longe ainda em Querença – portanto aquilo foram coisas pensadas em gabinete por cabeça que apenas olhou para o mapa das estradas com esquadro e compasso na mão. Havia a promessa de colocar os sinais de que o Algarve obviamente precisa e recordo-me que numa resposta ao deputado José Apolinário, o governo se desculpou em que a sinalética era cara (julgo ter sido adiantando a quantia de oito mil contos por cada sinalização…), que era necessário o estudo daqui e o parecer dali mas que, em breve, as coisas do Algarve iriam ficar bem assinaladas. Ora nada disso e pior do que isso.
De repente eis que me apercebo de que aqueles quatro enormes monumentos de analfabetismo geográfico desapareceram e não só o Algarve voltou a não dar sinais de si, como também, pelos vistos, trinta e dois mil contos foram à viola.
Naturalmente que antes do desvio para Silves o que haverá de assinalar que não a portentosa Sé e o magnífico Castelo daquela cidade? Tudo se aceitaria ali, até a igreja de Messines se aceitaria, tudo menos a Rocha da Pena e a Fonte Benémola… Ora não queremos aqui discutir e muito menos escrutinar sinais, sinalizações e sinalética – é trabalho para deputados… Apenas queremos dizer que há uma enorme irresponsabilidade, uma total falta de respeito pela História e pelo Património do Algarve e uma infantil desconsideração pelo Turismo do Algarve que obviamente carece de consolidação. Assim não vamos longe.
Carlos Albino
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