23 Setembro 2004
Dupla boa. Os deputados Álvaro Viegas (PSD) e José Apolinário (PS) foram indicados para representar o parlamento português (uma delegação de três efectivos e dois suplentes) na nova Assembleia Parlamentar da Conferência Euro-Mediterrânica, um vasto fórum político que agrega os Estados da União Europeia e os vizinhos do Mare Nostrum. E foram escolhidos, presumo saber, por um consenso entre os dois maiores partidos no sentido de, para o caso, dar primazia a deputados algarvios. Naturalmente que será difícil dois algarvios fazerem alguma coisa no meio dos 240 outros parlamentares daquele fórum – 120 europeus (45 do Parlamento Europeu e e 75 dos parlamentos nacionais) a que se juntam mais 120 do Médio Oriente e Norte de África bordejante do mar interior comum. Mas podem fazer, apesar da desvantagem - Álvaro Viegas é voluntarioso e José Apolinário uma formiguinha trabalhadora, pelo que se tem visto.
Reuniões internacionais. De há uns quatro, cinco anos para cá, o Algarve tem sido pura e simplesmente esquecido (ia dizer marginalizado ostensivamente) em matéria de reuniões internacionais. Cimeiras, seminários internacionais, conferências inter-estatais e, embora poucas, todas as reuniões multilaterais que foram animando a nossa fraca política externa, ocorreram nos sítios mais díspares. Porto, Figueira da Foz, Coimbra... enfim, houve reuniões marcadas para sítios ermos, sendo evidente o favor da promoção do local, da região e, claro, algum proveito.
E então. Se Álvaro Viegas e José Apolinário conseguirem que, em algum ano, a Assembleia Parlamentar Euro-Mediterrânica seja marcada para o Algarve, terão a minha chapelada. Os espanhóis carreiam Barcelona e Valência para esse processo, a França faz o mesmo com Marselha e os italianos insistem com Nápoles. Oxalá que o governo português não tenha a peregrina ideia de fazer candidatar Freixo de Espada à Cinta para uma reunião eventual dessa assembleia no nosso País, só porque Freixo está no Norte. Depois do «enorme castigo» aplicado ao Algarve em matéria de reuniões internacionais, o mínimo que se pode exigir é que se reconheça que Freixo de Espada à Cinta é uma terra muito bonita mas pouco tem a ver com o Mediterrâneo, muito menos com a Espanha mediterrânica e nada, nada com o Algarve mediterrânico...
Carlos Albino
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