9 Setembro 2004
Arquitectos. Pois é verdade. Admito que alguns autarcas se sintam muito felizes com repuxos que debitam a mentalidade infantil de quem os desenhou, mais felizes com as rotundas cheias de oliveiras, palmeiras, ciprestes rodeados de casca de pinheiros com estradinhas de relva as curvas, e que muito mais felizes se sintam ainda com os verdadeiros caixotes pretensiosos em que se resumem os novos edifícios na sua maior parte, imitando o Siza, outros o Taveira, por aí fora. Estava um jardim romântico, com bancos desenhados pelos nossos bisavós e que eram graciosos? Pois é verdade, surgiu aí uma coisa «muito elaborada», com «muito projecto» e com «muito argumento» mas ficou tudo num grande enxerto de tal modo que a parte traseira do Kit-Marquet do Vale Paraíso consegue ser sublime comparada com essa brincadeira de crianças. E não falemos das esculturas! Há cubos, há cilindros, há um barco com velas ao vento que poderia ser muito bem esconderijo do terrorismo que conspira contra a estética pública e contra o decoro da Arte, há de tudo e do mais horrível e creio que sempre com um dedo ou um parecer do tal arquitecto. Vamos retomar este assunto mas para já uma chapelada para os grandes arquitectos que operam no Algarve.
Carlos Albino
Post scriptum. A escolha de Graça Cunha para a direcção do futuro Teatro de Faro, foi boa. Certo, vamos ver. A nomeação de Francisco Motta veiga como responsável pela programação naturalmente que também promete e foi acertada. O que não se compreende é que o acto simbólico da prova de vida do novo Teatro não tenha ocorrido em Faro. Também não se compreende que a três meses da «capital da cultura» não haja uma data de arranque. António Lamas, enfim, lá disse que «a época forte será a partir da Páscoa» e Maria João Bustorff também lá deixou o recado de que é preciso aproveitar «a época forte do Algarve no Verão»... Portanto aí teremos uma capital por semestre. Bonito e cultural.
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