26 Agosto 2004
Se não estou em erro, José Vitorino disse recentemente que Faro não iria ser apenas uma capital nacional da cultura mas, sim e já em 2005, uma «capital internacional» no mesmo domínio de superior afirmação do género humano. Duvido que o presidente da Câmara de Faro não tenha sido desvirtuado... Mas se não foi, José Vitorino saberá por acaso o que é a Cultura para que Faro que, nesse domínio, nem sequer é ainda a capital do Algarve e que apenas com injecções forçadas poderá ser milagrosamente capital do espavento cultural nacional, venha a ser por uma passe de mágica já «capital internacional»? E o que dirá o poeta Casimiro de Brito quando o seu projecto de instalar e converter em tradição um Encontro Internacional de Poesia nessa mesma cidade de Faro que não passou do primeiro, falhou redondamente por falta de apoios, por falta de política cultural e sobretudo por falta de visão dos responsáveis farenses? Um político com responsabilidades públicas como José Vitorino e à frente de uma cidade que quer ser a cabeça do Algarve, não pode deixar que a boca debite tudo que a língua faz subir à cabeça. A modéstia fica bem e a noção da realidade fica melhor, pelo que talvez mais senso cultural tenha tido a câmara de Albufeira ao permitir que a Guia se autointitule à vista de todos os que a essa localidade acedem pela 125 como a «capital do frango»... Não perdoo à Guia ter retirado a Faro um honroso título.
Carlos Albino
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