quinta-feira, 12 de agosto de 2004

SMS 66. Recomeçar o Algarve

12 Agosto 2004

1 - Incêndios. Esperava-se tudo menos o que este governo fez e insiste em fazer. Depois da clamorosa omissão do Algarve da Carta Nacional de Risco, Santana Lopes parece que foi ao Caldeirão como que suspeitando que os jornais e televisões não mostraram a verdade, e mesmo confrontado com o cenário infernal em que a Serra Algarvia ficou transformada, parece que ainda ficou com dúvidas sobre a urgência e necessidade da declaração de calamidade pública! Seria preciso arder mais alguma coisa por mais hectares? A Junta Metropolitana reagiu depressa e bem, oxalá que não fique pelas palavras. Espero que Macário Correia não desarme porque, pelos vistos, a Política do e no Algarve deve começar de novo.

2 – Oportunismo. E já se esperava que por aí aparecesse o oportunismo político no rescaldo dos incêndios. Surge uma figura do Parlamento Europeu e promete pedir fundos a Bruxelas com alguma gente a acreditar, como se aquilo em Bruxelas fosse um centro humanitário de ajuda directa. Vem outra figura do governo de Lisboa e promete apoio para todos e rapidez para tudo, mas fazendo depender tudo dos estudos, das avaliações, dos cálculos e se calhar de nova visita inesperada do primeiro-ministro… Enfim, não vamos longe com este oportunismo político que apenas tem em vista a fotografia e referências nos jornais, nas rádios e nas televisões. Para um recomeço do Algarve, essas fotografias arrepiam.

3 – Turismo. Sim é a crise. O turismo não é, nem de perto nem de longe, o jogo de compra e venda das imobiliárias, jogo que se esgota no tempo porque é um jogo a prazo. Suspeito que o Turismo Algarvio tenha de começar de novo. Mas mesmo esse novo turismo não será o gabinete do secretário de Estado «deslocalizado» para em Faro a fazê-lo. Tenha Carlos Martins santa paciência.

4 – O aeródromo de apoio... Poderá ser uma mera suspeita mas julgamos que um Aeroporto Internacional como o de Faro tenha que dispor, num curto raio de quilómetros, o chamado aérodromo de apoio. E também suspeitamos que, até há muito pouco tempo, esse «apoio» seria precisamente o aeródromo de Vilamoura. Mas ainda assim se continua a suspeitar que, por força de um protocolo assinado com a Câmara Municipal de Loulé, tal aeródromo estaria já implantado «ao longo da Via do Infante», sendo certo e sabido que não está. Daí que os aviões usados para o combate aos incêndios tivessem que ir reabastecer-se a Beja. Portanto, o aeródromo de apoio ao Aeroporto Internacional de Faro, segundo se suspeita, está em Beja.

5 – Castelos na areia. Afirma Cabrita Neto que há que proceder a demolições no litoral algarvio. Mas ainda falta algum bocado de litoral para demolir? E onde esteve Cabrita Neto durante este tempo todo?

Carlos Albino

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