22 Janeiro 2004
O resto até pode ser conversa. Ou melhor: será mesmo conversa. A questão da Região do Algarve é a questão política fundamental. Não vale a pena os partidos, os respectivos chefes circunstanciais e habituais cortejos de clientela contornarem o assunto, silenciarem o assunto, alterarem os termos do assunto. Foi um erro crasso aquele que, outrora, os deputados do Algarve em S. Bento cometeram ao terem permitido que a excepcionalidade da criação da Região-Piloto fosse retirada da Constituição. Foi um erro imperdoável a que não hesito chamar coisa próxima de traição, em função dos compromissos e das promessas eleitorais que confortavelmente respaldaram esses tristes políticos sem fibra. Como será um erro imperdoável se agora se permitir que a comprovada coesão algarvia fique espatifada com essa história das comunidades urbanas. Naturalmente que, no xadrês político algarvio, as palavras principais cabem ao PSD e ao PS, para nada lhes servindo que dissimulem a questão fundamental. O Algarve é uma Região Natural pelo que os políticos (e depois deles a própria democracia) pagarão muito caro se se furtarem às suas responsabilidades. Para já, a excepcionalidade da Região-Piloto deve ser reposta na Lei Fundamental. Os nossos ilustres deputados, em vez de por aí andarem - se perderam o poder - a visitar ribeirinhas entupidas ou - os que têm o poder na mão - a tentar amaciar os erros do mesmo poder, devem ser claros, devem definir-se de uma vez por todas quanto à questão fundamental. O resto é conversa.
Carlos Albino
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