15 Janeiro 2004
Estão à porta novas eleições ditas europeias que de europeias nada têm, tratando-se apenas de uns arranjos feitos pelos estados-maiores dos partidos. Sobretudo, as duas últimas dessas eleições ensinaram – gente incómoda pela crítica e também outra gente que se tornou num fardo pelo comportamento, mas que por efeito do marketing político arrastam maiores ou menores grupos de eleitores enganados, essa gente lá vai feliz e contente ou cantando e rindo, como queiram, para o corrupio entre Bruxelas e Estrasburgo. Vão felizes e contentes porque somam ao curriculum o pomposo título de eurodeputados e vão cantando e rindo porque afinal partem para uma emigração de luxo: um ordenado de ministro, mordomias com que nunca sonharam na vida e quase nenhum trabalho, porque se houver algum trabalho não faltam os gabinetes e consultores que por encomenda e bem pagos lhes fazem os relatórios, pelo que para se ser «eurodeputado» nem é preciso saber nada na vida. O resto continua a ser marketing e apenas marketing político: notícias para os jornais que não são notícias, convites para viagens que nem são convites (têm um grado orçamento só para esse efeito…) e, de vez em quando, a prestação ou simulação de prestação de uns favores alegadamente nos corredores de decisão de Bruxelas a empresários incautos. Nem sei para que vale o Algarve e os Algarvios terem-se convencido de que elegeram ou vão eleger eurodeputados. Voltaremos ao assunto.
Carlos Albino
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