1 Janeiro 2004
Tenho verificado que os Algarvios estão muito conformados. Perante aqueles que implantaram, aqui e ali, a execrável lei do quero, posso e mando, os Algarvios aceitam tudo, encolhem os ombros e só falta que – como nos tempos do Dr. Salazar – se generalize o conselho para que «não te metas na política, faz a tua vida e deixa andar…» Os Algarvios parecem subjugados à fatalidade dos que usam do poder (claro, é od poder local que estamos a falar!) como se a autarquia fosse autocracia, como se autonomia de decisão fosse despotismo e como se ousar dizer duas palavras alarves fosse clarividência. Na verdade, verifiquei que alguns autarcas entraram com pezinhos de lã, com mesuras para a direita e para a esquerda, e hoje permitem-se decidir da coisa e interesse público sem consulta pública, sem a mínima auscultação, sem o mínimo respeito pela cidadania. Ora, com este ano de 20004, não só acaba o benefício da dúvida para uns tantos, como para outros termina a dádiva da tolerância. É que voltou a histeria das ciclópicas construções à beira-mar, sem dúvida que pela exigência dos galopins (sim, galopins são os compradores de votos…), voltaram as insistências em projectos megalómanos de terceiro mundo que só fascinam no terceiro mundo e, com tudo isso, voltaram a reinar os sabichões do negócio rasteiro aliados aos teóricos da chafarica. Que 2004 seja um Bom Ano de clarificação. Espero que sim, se os Algarvios, de uma forma ou de outra, virarem a página do conformismo que o primo-irmão de todos os chefes da Sicília e já agora de Nápoles. Bom Ano!
Carlos Albino
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