quinta-feira, 16 de junho de 2016

SMS 671. Jóia da coroa

16 junho 2016

Não é preciso dar muitas voltas para se perceber que a Universidade do Algarve precisa de ser rodeada de mais cuidados. Acessos, envolvência, sinalética, o próprio território universitário, etc., merece melhores olhos. Qualquer coisa, muita coisa está mal à vista desarmada por aquelas bandas. Não digo que seja laxismo, mas parece; não digo que seja lassidão, mas tudo leva a crer que é isso; não digo que seja uma espécie de desprezo, mas parece que, nas Gambelas, a universidade para ali está atirada para um retiro e que, na Penha, para ali está arrumada numa espécie de bazar labiríntico. É claro que, quer num sítio quer noutro, a coisa nasceu e possivelmente cresceu mal, designadamente quanto ao urbanismo que só não entra pelos muros porque tem que haver espaço para a carreira do pachorrento autocarro que serpenteia como que num sacrifício para ligar Faro aos confins do seu mundo. Não é preciso discorrer muito para se concluir que se cometeram erros insanáveis para que a Universidade do Algarve se abrisse aos olhos num cenário digno, adequado e estimulante, com profunda e evidente ligação à cidade que lhe serve de cama.

Por dentro da universidade, a coisa diz respeito à própria universidade, às circunstâncias de crise, às derivas da política geral, enfim, a tudo o que vai bater com o orçamento de um Estado que, em matéria de universidades, também se tem revelado excelente pai para umas e mau padrasto para outras. Mas por fora, a coisa diz respeito a quem desde há muito já devia ter reconhecido a universidade como a jóia da coroa do Algarve, se é que ainda o Algarve esteja coroado onde deve ser coroado - em Faro e não propriamente no Cachopo.

Repensar as ligações dos espaços universitários com a cidade anfitriã; repensar traçados de acesso ou pelo menos melhorar as condições de circulação; repensar a iluminação; repensar o ambiente físico de acolhimento; estimular serviços e atividades que se compaginem com a instituição, independentemente do que no seu interior ocorra, enfim, há um sem número de iniciativas que deviam ser tomadas, algumas com imediata urgência.

Nisto, Faro tem responsabilidades.

Carlos Albino
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Flagrante policiamento: Com certeza! Depois da Guardia Civil, polícias ingleses e franceses a patrulhar o Algarve. Mas quem patrulhará os polícias, a não ser Capacetes Azuis?

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