quinta-feira, 9 de junho de 2016

SMS 670A política também tem a sua 125…

14 junho 2016

Quer nas curvas mal desenhadas para a direita, quer nos enfiamentos mal assinalados à esquerda, quer ainda nos casos da condução ao centro nas retas com lombas imprevisíveis, a política algarvia assemelha-se à 125 no seu pior, quando menos se espera. A maior parte dos desastres, é da culpa exclusiva de quem conduz sem a exigível carta ética ou com carta ética caducada. E em alguns casos, os acidentes até seriam evitáveis se, independentemente de carta ou não, o condutor político aceitasse regras básicas, tais como usar óculos na eventualidade de falta de acuidade visual, tomar vitamina A ou comer muita cenoura na circunstância de incapacidade de resistência ao deslumbramento, ou ainda não ingerir poderes alcoólicos. Além disso, cuidados especiais para os que andam na política em duas rodas e não distinguem piso molhado de piso seco, ou andam a 180 com pneu já furado.

Vem isto a propósito do episódio da exoneração do presidente da CCDRA. Foi um desastre evitável. Como aqui se escreveu e se reafirma, essa condução tinha que ser interrompida por inabilitação de carta. De carta ética, não mais. Dirigir regionalmente um partido altamente interessado na corrida das autárquicas e ao mesmo tempo gerir o combustível para abastecer os motards municipais litigantes, além de poder dar a alguns água com açúcar em vez de gasolina, seria contribuir para que o hospital de Faro deixasse de se dedicar à saúde e passasse a ser hospital autárquico em 2017 e hospital político a qualquer hora inesperada, dada a qualidade dos condutores da 125 da política.

Aliás, uns tantos por aí disseram, escreveram e repetiram que a exoneração do condutor da CCDRA foi motivada por “pressão do PS” ou “autarquias do PS”, tanto faz. Nas circunstâncias similares de falta de carta, qualquer agente de trânsito não fecharia os olhos a falso testemunho ou a qualquer explicação dolosa do condutor. No caso, a questão é de carta ética, obrigatória seja o condutor do PSD, da CDU, do BE ou do PS, já que o CDS não tem condutores na nossa 125 metafórica mas apenas alguns mecânicos.

Resumindo e concluindo: foi bem exonerado e devia ter pedido a demissão atempadamente. Ganharia pontos na carta, em vez de os perder.

Carlos Albino
_____________________________
Flagrante prestação de informação: O novo presidente da CCDRA deve informar com rigor quais os subsídios e apoios concedidos em 2015 e 2016, designadamente na área da comunicação social. Primeiro, a lista de quem é de quanto; depois diremos porquê.

Sem comentários: