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Leão Penedo 1916-1976 |
10 dezembro 2015
Em 2016 é o centenário do nascimento de
Leão Penedo (13 de agosto de 1916, em Faro). Para além dos poucos moradores
da rua que tem o seu nome, nas costas do Hospital Distrital, Leão Penedo pouco
ou nada diz para a generalidade das pessoas. Aliás, o Algarve quase só se
lembra dos seus para nomes de ruas e mesmo para isso é preciso terem morrido há
muito, porque os mortos recentes ainda fazem sombra aos vivos à espera de ruas.
Pior ainda, dá-se nomes porque tem que se dar nomes às ruas para não se cair na
vergonha de dar a uma rua o nome de Rua do Continente e a outra o de Rua do
Pingo Doce, pelo que os nomes que se dão obedecem a uma escala que começa na
celebridade possível, havendo poucas celebridades, e acaba na nulidade, das
muitas que são a fartura. Não é o caso de Leão Penedo de que Faro se devia
lembrar, e nessa lembrança, não tanto para encómios póstumos mas para pretexto de
reflexão diversa e recapitulação do obra, da literatura ao cinema que foram as
principais ruas de Leão Penedo.
Na verdade, Leão Penedo foi um dos mais
destacados escritores da corrente neo-realista portuguesa e um dos fundadores
da Sociedade Portuguesa de Escritores. Desligado da atividade literária em 1961
na sequência de um derrame cerebral, faleceu em janeiro de 1976, deixando obra escassa
mas notável - Multidão (1942), Caminhada (1944), Circo (1946), A Raiz e o
Vento (1954). Do seu romance Circo,
fez a adaptação para o já clássico filme Saltimbancos
(1951), de Manuel Guimarães, vindo depois a colaborar com Rogério de Freitas no
argumento de Sonhar É Fácil, e ainda
a assinar o argumento e diálogos do filme Dom
Roberto, de José Ernesto de Sousa.
A sua atração pelo jornalismo, cedo se
fez notar: aos 13 anos, sendo aluno do Liceu de Faro, publicou um jornal de quatro
páginas de que saiu apenas um número… Depois, por aí inundou os semanários
regionais com textos seus, e, chegado a Lisboa, aos 19 anos, fundou uma revista
de estudantes,
Mocidade Académica. Andou por redações de referência na época,
designadamente a
Vida Mundial, mas a literatura e o cinema foram as as suas
ruas.
Faro, se fosse ainda Ossónoba
recordar-se-ia de Leão Penedo em 2016. Penso que bastaria chamar pela
Univerdade e esta acorreria.
Carlos Albino
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Flagrantes
gastos: Muito do que por aí se gasta
em autarquias, a pretexto de “cultura” mas que não passa de “cóltura”, são
gastos perdulários e sem resultados dignos. Muito dinheiro perdido – sabe-se de
onde vem, desconhece-se para onde vai.
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