Um ano depois, neste 2015, David Santos naturalmente que se afirma satisfeito com os 85 por cento de execução do dito “programa operacional” e quando outra sigla para muitos enigmática – CRESC 2020 - começa a andar de ouvido em ouvido, volta a dizer : “gostaria que, quando terminasse este quadro comunitário 2014-2020, o Algarve fosse a região do país com menor taxa de desemprego”. David Santos usou o verbo “gostar” e não “querer”. Disse “gostaria” e não “quero”. Também gostaríamos e, já agora, quereríamos. Deus o ouça.
De resto, tudo o que mais disse agora – os 140 milhões, o FEDER, etc… - corresponde a sermão que, mais ou menos, se ouve há muito tempo, mudando as siglas que podem ou devem ser mudadas, desde o tempo do abate dos barcos, às piscinas, jipes e moradias para a renovação da agricultura, para não se falar de outros incentivos às “empresas” com todas as histórias da intermediação burocrática e dos gabinetes de interesses difusos, com um pé na responsabilidade púbica e outro pé nos jogos privados.
É claro que a voz de David Santos é, de alguma forma, a voz do governo em altifalante regional. É a voz do poder político executivo. Ele dirige um serviço periférico da administração direta do Estado, serviço esse integrado na Presidência do Conselho de Ministros e tutelado conjuntamente pelos Ministros do Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia, e pelo Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional. As áreas de tal serviço, ancorado em Faro, abrangem extensas áreas: ordenamento do território, vigilância e controlo, desenvolvimento regional, ambiente, administração local, gestão administrativa e financeira, comunicação e sistemas de informação.
A dois meses de eleições, oxalá que Deus ouça as palavras de David Santos para 2020, e não as considere apenas um abuso de comissão.
Carlos Albino
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Flagrante arrepio: A colocação da Comunicação Social (apoios, subsídios, o futuro…) exclusivamente nas mãos de um órgão governamental, numa região que pouca e quase nenhuma comunicação social tem.
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