Cinco histórias
do dia-a-dia:
do dia-a-dia:
1 – O alemão por equivalência. O homem discursava no lugar popular de frutas e
legumes como o dedo em riste para a dona preocupada com o novo regime de
faturação: “Tem que ser! Estamos na União Europeia e isso tem que ser! Como
sabe sou alemão! Portugal não produz nada, ninguém quer trabalhar! Lá minha
terra não é nada disto. Aqui, o pagode vive acima das suas possibilidades, é só
auto-estradas, é só feriados… Não sabe que temos de lutar contra a economia
paralela?” Foi então que decidi
cortar-lhe as vazas com uma
comparaçõeszitas entre Portugal e a Alemanha em matéria de adoção de normas
europeias, de autoes-estradas, de feriados. Enrolou o estoijo e depois de ter
saído, alguém no lugar comentou: “O que este me saiu! Lá por ter nascido na
Alemanha, filho de emigrantes e que anda por aí sem fazer nada a viver dos
rendimentos do pai, diz-se agora alemão para pregar sermões…”
2 – Educadoras. São educadoras infantis no jardim-escola e todos os
dias estacionam as careros em cima do passeio a dar para uma passadeira de
peões. Alguém lhes chamou a atenção e mesmo à frente da criançada, guinchou
uma: “Você é da GNR?”
3 – Mortos privativos. Como se sabe, as funerárias em vez de
anunciarem nos jornais da terra, andam por aí a colar pelos cantos fotocópias
com os falecimentos e até para as missas de sétimo dia. Algumas até têm
placares privativos que são verdadeiros jornais de parede como na China. Uma
noite destas, vi um funcionário de3 uma dessas funerárias arrancar as
fotocópias de uma funerária concorrente…
4 – Inglês acima da lei. Presta serviços de construção, tem um
camião, vive à beira de uma estreita estrada municipal mas bastante
movimentada, entre curva a 15
metros e uma contra-curva a outros 15. Tem um parque
para estacionar o veículo, mas qual coisa! Estaciona na berma da estrada
ocupando parte desta, a qualquer hora do dia ou da noite. Por essa estrada,
pelo que já observei, passam regularmente veículos da GNR, não sei de em
serviço de patrulha, se em alternativa de táxi, mas passam e fazem vista
grossa. Até que um dia se dê por ali um desastre fatal. Nas quem vai falar com
um iuglês acima da lei?
5 –
Alemã de bom feitio. Não sei o que fez nem o que faz, vive numa pequena
casa rural à beira de um caminho municipal, a portada dá para uma lomba onde a
circulação está limitada aos 40 à hora mas por onde grande parte dos vão sem
visibilidade dos que vêm, passa a 100, 120, quando não mais. Pois a senhora
alemã, para não ter o trabalho de abrir a portada, faz do caminho e da lomba o
seu parque de estacionamento. Alguém lhe chamou a atenção e a receção foi a
sete pedras. Se todos os alemães tiverem este fetio, estamos feitos.
Carlos Albino
________________
Flagrante
falta de prémio: Nada, ninguém no horizonte
algarvio a quem, pudesse ser atribuído o Prémio SMS de Jornalismo 2012. Segundo
o júri, isto vai de mal a pior, tanto que apenas se justificaria um prémio de
anti-jornalismo àquela reportagem da televisão sobre a criança de Quarteira.
Sem comentários:
Enviar um comentário