quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

SMS 496. E não foi sempre assim?

17 janeiro 2013

Cinco histórias
do dia-a-dia:

1 – O alemão por equivalência. O  homem discursava no lugar popular de frutas e legumes como o dedo em riste para a dona preocupada com o novo regime de faturação: “Tem que ser! Estamos na União Europeia e isso tem que ser! Como sabe sou alemão! Portugal não produz nada, ninguém quer trabalhar! Lá minha terra não é nada disto. Aqui, o pagode vive acima das suas possibilidades, é só auto-estradas, é só feriados… Não sabe que temos de lutar contra a economia paralela?”  Foi então que decidi cortar-lhe as vazas  com uma comparaçõeszitas entre Portugal e a Alemanha em matéria de adoção de normas europeias, de autoes-estradas, de feriados. Enrolou o estoijo e depois de ter saído, alguém no lugar comentou: “O que este me saiu! Lá por ter nascido na Alemanha, filho de emigrantes e que anda por aí sem fazer nada a viver dos rendimentos do pai, diz-se agora alemão para pregar sermões…”

2 – Educadoras. São educadoras infantis no jardim-escola e todos os dias estacionam as careros em cima do passeio a dar para uma passadeira de peões. Alguém lhes chamou a atenção e mesmo à frente da criançada, guinchou uma: “Você é da GNR?”

3 – Mortos privativos. Como se sabe, as funerárias em vez de anunciarem nos jornais da terra, andam por aí a colar pelos cantos fotocópias com os falecimentos e até para as missas de sétimo dia. Algumas até têm placares privativos que são verdadeiros jornais de parede como na China. Uma noite destas, vi um funcionário de3 uma dessas funerárias arrancar as fotocópias de uma funerária concorrente…

4 – Inglês acima da lei. Presta serviços de construção, tem um camião, vive à beira de uma estreita estrada municipal mas bastante movimentada, entre curva a 15 metros e uma contra-curva a outros 15. Tem um parque para estacionar o veículo, mas qual coisa! Estaciona na berma da estrada ocupando parte desta, a qualquer hora do dia ou da noite. Por essa estrada, pelo que já observei, passam regularmente veículos da GNR, não sei de em serviço de patrulha, se em alternativa de táxi, mas passam e fazem vista grossa. Até que um dia se dê por ali um desastre fatal. Nas quem vai falar com um iuglês acima da lei?

 5 – Alemã de bom feitio. Não sei o que fez nem o que faz, vive numa pequena casa rural à beira de um caminho municipal, a portada dá para uma lomba onde a circulação está limitada aos 40 à hora mas por onde grande parte dos vão sem visibilidade dos que vêm, passa a 100, 120, quando não mais. Pois a senhora alemã, para não ter o trabalho de abrir a portada, faz do caminho e da lomba o seu parque de estacionamento. Alguém lhe chamou a atenção e a receção foi a sete pedras. Se todos os alemães tiverem este fetio, estamos feitos.

Carlos Albino
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    Flagrante falta de prémio: Nada, ninguém no horizonte algarvio a quem, pudesse ser atribuído o Prémio SMS de Jornalismo 2012. Segundo o júri, isto vai de mal a pior, tanto que apenas se justificaria um prémio de anti-jornalismo àquela reportagem da televisão sobre a criança de Quarteira.   

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