A insegurança do dia de amanhã está a tornar Portugal um país nada
confiável para os portugueses. O que foi ontem prometido não é cumprido hoje,
discursos de esperança para arrebanhar circunstanciais aplausos esbarram pouco
depois com fracassos em grande parte evitáveis, previsões de melhoria são
desmentidas com os números feitos à mesma hora em que tais previsões foram
feitas, anúncios de dinâmica nova para a economia portuguesa cedo se revelam
dependentes dos humores económicos que nem são assim tão mundiais mas residem
cá na casa, garantias de um governo menos pesado de ser carregado pelos
cidadãos acabam por se transformar em aumento de prosperidade apenas para
alguns, as reformas de contenção de gastos do Estado não se traduzem no reforço
da potencialidade do Estado mas em mais impostos e em mais entraves
burocráticos e legais que impedem o integral desenvolvimento das forças
produtivas do país, o implante de modelos que não foram referendados estão a
quebrar ou quebraram já o que até há pouco era um franco entusiasmo com as
conquistas do país na consolidação da democracia e da estabilidade económica,
enfim, a instabilidade tornou-se um património da sociedade e isso é amplamente
percebido.
Portugal tem, pela primeira vez desde há muitos anos, perceção de risco, com uma classe política dirigente que se contradiz amiúde, sem uma ideia ou um pensamento claro e amigo, mas que sobrevive pela ameaça e sobretudo com essa acusação falaciosa feita a todos os portugueses segundo a qual vivemos muito acima das nossas possibilidades, quando a verdade é que os dirigentes que temos tido ou fomos elegendo, esses sim, revelaram-se ou acabam por se revelar como muito abaixo das potencialidades que se esperava terem. Há a suspeita geral de que grandes escândalos que à evidência estiveram e estão na base do desvario das contas públicas e do erário público, são esbatidos ou abafados como que por milagre divino, em função do poder de influência dos seus autores, coniventes ou beneficiários. O Estado não se descentralizou, nem sequer onde lhe seria fácil como no caso do Algarve, comprometendo os administrados nas decisões que lhes pertencem, tudo isso a pretexto de se insuflar um municipalismo que, na hora de fazer contas, agora quase é colocado no banco dos réus ou de castigo, tanto que não temos Ministério das Finanças mas apenas Ministério do Orçamento e não temos Ministério da Economia mas Ministério dos Remendos. Para um país que há bem pouco tempo era visto como um país de futuro, é bom saber que esse futuro está mais longe e não é para inglês ver.
Portugal tem, pela primeira vez desde há muitos anos, perceção de risco, com uma classe política dirigente que se contradiz amiúde, sem uma ideia ou um pensamento claro e amigo, mas que sobrevive pela ameaça e sobretudo com essa acusação falaciosa feita a todos os portugueses segundo a qual vivemos muito acima das nossas possibilidades, quando a verdade é que os dirigentes que temos tido ou fomos elegendo, esses sim, revelaram-se ou acabam por se revelar como muito abaixo das potencialidades que se esperava terem. Há a suspeita geral de que grandes escândalos que à evidência estiveram e estão na base do desvario das contas públicas e do erário público, são esbatidos ou abafados como que por milagre divino, em função do poder de influência dos seus autores, coniventes ou beneficiários. O Estado não se descentralizou, nem sequer onde lhe seria fácil como no caso do Algarve, comprometendo os administrados nas decisões que lhes pertencem, tudo isso a pretexto de se insuflar um municipalismo que, na hora de fazer contas, agora quase é colocado no banco dos réus ou de castigo, tanto que não temos Ministério das Finanças mas apenas Ministério do Orçamento e não temos Ministério da Economia mas Ministério dos Remendos. Para um país que há bem pouco tempo era visto como um país de futuro, é bom saber que esse futuro está mais longe e não é para inglês ver.
Carlos Albino
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