Há um ano ninguém queria acreditar e mesmo os que com isto ameaçavam por efeito dos calores da política, faziam-no vagamente convencidos ou esperançados que a tempestade passaria ao largo. E tão convencidos estavam de que isto era mais um jogo, que não tomaram providências na região, referindo-me às autarquias que há muito deviam ter preparado a casa para o pior que aí está – o governo de há um ano, esse já lá vai e o eleitorado avaliou-o na devida altura com a punição que se sabe. Continuou-se a gastar, sobretudo em muito de supérfluo, como se nada estivesse para acontecer, e em grande parte continuou-se a gastar por responsabilidade e inconsciência de muitos funcionários. E querem exemplos? Começa logo pelos veículos. Em Londres, os ministros vão a pé, de bicicleta ou de táxi para os seus ministérios; em Madrid foram tomadas medidas que apontam nesse sentido e em Lisboa o uso dos carros oficiais já é de mau tom fora das questões oficiais que é a fórmula portuguesa de contornar... Mas, vá lá, em Lisboa, além de apanhar um táxi seria sempre uma boa desculpa para chegar uma hora atrasado a tudo, ainda se entende que um ministro não vá a pé de Cascais, de Loures ou de Sintra onde possa morar que, à escala do Algarve seria o mesmo que calcorrear de Portimão até Faro. O que não se entende é que no Algarve, escassos 100 ou
Carlos Albino
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Flagrante presente envenenado: A Via do Infante que foi o maior presente envenenado oferecido à região.
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