Depois dos resultados das “europeias” (entre aspas porque a Europa ficou entre aspas) naturalmente que a grande expectativa dos algarvios vai para as listas de candidatos que os partidos preparam ou reformulam para as legislativas, pois para as autárquicas o figurino está traçado – há candidatos que seguramente ganharão porque já ganharam e candidatos que apenas vão fazer o favor de se apresentarem como a solução local menos pior possível e pouco mais, descontada a vergonha política por algum lugar prometido por tal sacrifício. Todavia, por diferentes motivos, é bem possível que PS e PSD estejam a reformular os esboços de Janeiro/Fevereiro, com umas tantas figuras a saltar do barco e outras tantas a querer entrar.
No PS/Algarve, que se supõe ter aprendido amargamente que não há lugares garantidamente elegíveis, os nomes de deputados pela região têm que ser pensados um a um, nenhum pode estar associado a um escândalo por pequeno que seja e os cabeças de lista (nºs 1, 2 e 3) devem ser identificados mais por uma ideia ou um projecto em que o eleitorado acredite, do que por mero empenho nos empregos políticos que a maioria absoluta transformou em rotina. Se o PS não conseguir ou pura e simplesmente recusar fazer esse exercício de selecção que exige alguma purga, pior será.
No PSD/Algarve, que atravessou as europeias com temas cruciais lá muito bem escondidos ao fundo (a regionalização, por exemplo…) e que colheu os frutos do seu principal candidato nacional tudo ter feito para salvar a líder e não, como aconteceu no PS, ter-se visto o líder a tentar salvar o candidato, foi notório que, mal conhecidos os resultados, apareceu inesperadamente gente a forçar, a querer ou a sugerir uma entrada na lista, ligando lá para cima e aparentemente passando ao lado da estrutura regional. Se o PSD, mais uma vez, se apresentar como uma passadeira do oportunismo, também pior será.
O Bloco, a CDU e o CDS, certamente que, por esta ordem, beneficiando mais dos erros alheios do que dos méritos próprios, poderão mesmo entrar pelo Algarve no próximo parlamento e por aquela mesma ordem. Para o Bloco seria histórico, para a CDU seria um corolário e para o CDS seria, enfim, alguma prova de que não é um partido SCUT – ou seja, um partido que viaja em auto-estradas sem cobrança de portagem como parece viajar.
Carlos Albino
- Flagrante falha de autoridade: Muita gente já gastou o que não devia ter gasto nesta confusão dos furos (nos laboratórios de análises, então, com ou sem IVA…). A Administração da Região Hidrográfica do Algarve não tem uma explicação a dar com cinco cavalos de humildade, depois da nota informativa do ministro?
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