quinta-feira, 5 de março de 2009

SMS 304. Os números do desemprego


5 Março 2009

Os números do desemprego no Algarve são de arrepiar a espinha, os sindicatos fazem bem em reclamar medidas especiais urgentes e os que tentam tapar o sol com uma peneira fazem mal. Há que encarar a situação de frente, identificar os problemas e tentar encontrar as melhores soluções antes que a situação social se agrave para níveis incontroláveis. Mas é muito provável que o bom senso não impere pois aqueles mesmos que nunca olharam com seriedade para o emprego não é agora que terão seriedade para olhar para o desemprego.

Era de esperar que alguma coisa já se tivesse feita, estando o Algarve altamente dependente de uma actividade económica sujeita aos altos e baixos do «ambiente» internacional, cujos comandos nem estão cá e para aos quais os algarvios são um indigenato feliz com o desemprego sazonal disfarçado com uns ganchos. E mais se justificaria que alguma tivesse sido feita e não foi, porque essa mesma actividade alimenta a jusante praticamente quase tudo o que economicamente no Algarve mexe à excepção de alguns teimosos da agricultura mas também estes desprotegidos e sem estímulo, até porque o deus dará de Espanha já não é o que era.

O que se tem ouvido é meramente o discurso róseo de justificação para quem está na banda do poder, ou a reclamação desesperada ou tornada ainda mais desesperada por quem, sobretudo em época eleitoral, aproveita qualquer desalinhavo do mesmo poder. Discursos róseos e reclamações tardiamente desesperadas não auguram nada de bom sobretudo numa região do país onde visivelmente os ricos estão mais ricos e os mais pobres cada vez mais pobres, para usar a fórmula tantas vezes usada para se ganhar eleições mas rapidamente esquecida depois de contados os votos.

Carlos Albino

      Flagrante sinal dos tempos: Um pai, publicamente, para quem quisesse ouvir, diz para o filhote: «E se essa professora te tocar com um dedo diz-lhe que o teu pai lhe dará um tiro nas patas».

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