
Há cidades algarvias já de apreciável dimensão e movimento em que, por dias e noites, e por noites e dias, não se vislumbra uma patrulha, um guarda de giro, uma presença da autoridade ou a forte probabilidade dessa presença. E pelos campos e aglomerados isolados da serra, nem se fale. É como se a segurança se resumisse àquele telefone da esquadra com um estagiário à espera de que alguém comunique uma ocorrência, como nos bombeiros. A segurança tem um domicílio, está domiciliada, entre horários de expediente e piquetes de atendimento. A segurança recuou até esse ponto e quando avança ou se torna pública, notória e não raramente sobranceira, é porque há procissão, festival ou corrida de ciclismo, que obviamente é quando os criminosos não aparecem pois só correm quando andam a monte.
Resumindo e concluindo, não há um plano de prevenção contra o crime que seja conhecido desde a humilde taberna da serra ao litoral da autarquia que olha por cima do ombro para a autarquia do litoral contíguo. Porque não se culpe só a guarda ou a polícia domiciliada – as autarquias são também responsáveis desta segurança que está insegura.
Carlos Albino
- Flagrante bandeira preta: De ano para ano, a apertar o cerco à praia da Falésia, aquele caos de betão que Albufeira aprova. Uma vergonha. Vergonha a merecer bandeira preta.