quinta-feira, 20 de março de 2008

SMS 254. Sete pequenos desabafos

20 Março 2008

  1. À falta de melhor, leio diariamente El Mundo e El País, para ficar a saber dos dois lados. E sobretudo, pelo que vou lendo da Andaluzia, vou também sabendo do que não se diz nem possivelmente se poderá dizer do Algarve.

  2. Muito divertida a crescente institucionalização do provincianismo no Algarve, com alguns políticos a fazerem do Algarve o seu quintal. Pelo menos, na Andaluzia não há disto.

  3. Todavia, muito mais divertida é esta história da atrasadíssima requalificação da Estrada N.º 125 quando já se devia era estar a pensar na requalificação da Via do Infante…

  4. Metaforicamente, o conceito de complexo de Édipo, é visto como amor à mãe e ódio ao pai, até porque o mundo infantil resume-se a essas figuras parentais ou aos seus representantes. Também há o complexo de Electra, para o outro género. Para alguns dos nossos provincianos e complexados protagonistas, esses dois conceitos têm uma nova e única designação: portagens.

  5. Perante o mapa dos postos de comando do Algarve, que à evidência contraditam qualquer agenda para a regionalização, sem dúvida há que concluir que o Algarve não passa de uma colónia de férias e oportunidades. Aqui, o rei não vai nu, anda em férias. Não falemos das cunhas.

  6. É deveras uma cena medieval quando se vê um delegado popular, um representante pelo voto, um deputado eleito em sufrágio transformar-se em arauto do poder, montado em seu corcel.

  7. Ainda bem que o Vaticano esclareceu – aquilo que foi anunciado como sendo os novos pecados do século XXI, afinal não são pecados e muito menos mortais. Se fossem, 99% de arautos e 83% dos provincianos não se livrariam do inferno; a 125, mesmo requalificada, seria uma mera estrada dos diabos, e a Via do Infante seria mera ligação entre inferno e purgatório com portagens, porque já não passa disso mesmo sem elas.

Carlos Albino


Flagrante decisão: Numa clara imitação de práticas presidenciais, de governos e agora do governo civil de Faro, vamos promover as «SMS abertas».

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