A RTP por aí anda num delírio diário a celebrar acriticamente 50 anos, como se tivesse sido um deus a quem todos e de joelhos devem agradecer o milagre de que se autoproclama. Todavia, mesmo esses 50 anos de vida mal aproveitada não são devidos a mérito próprio mas sim ao mérito do Orçamento do Estado e dos manietados contribuintes aos quais a RTP soberanamente desliga o botão quando o botão não interessa ao poder político do momento a que acaba sempre por se render, dissimulando a subserviência com muito, muito futebol, o mais possível Fátima, uns fados, overdoses de piroseira e de imposto provincianismo a começar pelo provincianismo do debate político tal como o proporciona no fervor dos actores secundários dos partidos que engravata como heróis maquilhados do centralismo.
No caso do Algarve, a RTP falhou e não há motivos para celebração. Pois o que foi a RTP ao longo de 50 anos no Algarve, o que é hoje a RTP no Algarve e o que se há-de esperar da RTP para os próximos anos? Pouco como RTP e nada como RTP/Algarve. Aliás, se a RTP se recorda do Algarve até tem sido mau sinal neste últimos 50 anos e é de crer que para os próximos 50 continue a ser mau sinal – ou é grande incêndio na serra, afogamento em massa no Arade, mais um presidente a jogar golfe na 125 ou o desmoronamento de 600 metros de falésia sobre as cabeças de quatro famosos, ouvindo-se sobre qualquer um destes casos, um velhote, se possível desdentado e, ainda melhor, se sangrar das gengivas, para se apresentar «a versão dos locais» ou «o outro lado».
Carlos Albino
Flagrante omissão: Faro orgulhar-se da geminação com Tânger, e não ter apoiado já, formal e oficialmente, a candidatura de Tânger à EXPO’ 2012, designadamente convidando o Wali de Tânger para uma apresentação da candidatura na capital algarvia.
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