7 Setembro 2006
O ministro do Ambiente, Nunes Correia, teve a infeliz ideia de ter sugerido em Aljezur que o financiamento da Barragem de Odelouca – vital para a Região – venha a ser conseguido através da factura da água que os algarvios consomem. E avançou com o peregrino argumento de que «é justo que sejam os cidadãos beneficiários a pagar o custo». Por certo, o ministro Nunes Correia deve ser mais um a ter uma noção de Algarve construída a partir das vivendas dos nossos conhecidos amigos com duplas piscinas e relvados à beira mar, ou aquela que Sampaio tinha e que pouco mais excedia que o perímetro dos campos de golfe acrescido do peito condecorável dos respectivos proprietários. A ideia de Nunes Correia não só foi infeliz, mas também por várias razões – todas elas políticas – foi uma provocação inútil aos Algarvios do Algarve e não tanto aos Algarvios sem papéis. É claro que Mendes Bota, líder do PSD, contra-atacou e, com razão e até fundamento, desafiou o ministro a que as receitas fiscais que o Estado arrecada no Algarve fiquem na região, caso o Governo aplique esse princípio de que quem quiser obras que as financie. Na verdade, Mendes Bota tocou num dos pontos essenciais da regionalização – o destino e uso das receitas fiscais obtidas no Algarve e das quais a região beneficia uma parte ínfima, a conta-gotas e muitas vezes tarde e a más horas. Gostaria de ter ouvido Miguel Freitas, líder do PS, a dizer alguma coisa sobre esta infeliz ideia, mas até agora não ouvi nada. Deve estar já em Bruxelas.
Carlos Albino
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Flagrante contraste: A memória que devíamos ter e o inofensivo sericoté do Hino do Algarve nada referir dos Descobrimentos, do saber náutico. Gil Eanes não vai perdoar a Macário Correia este hino que é um hino do Sotavento...
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