24 Agosto 2006
O ambiente não é deveras famoso: o incumprimento sistemático da lei por alguns que julgam ter o rei na barriga, pois em terra de cegos o zarolho é rei; a onda de falta de civismo que varre a sociedade de alto a baixo, sendo até já de mau tom invocar essa horrível palavra do civismo porque da civilidade nem se fala; o egocentrismo impante que se tornou regra nas relações humanas; o desvirtuamento da política ou a transformação da política praticamente na correria aos bons empregos ou na luta por um emprego político melhor, com a secundarização do interesse geral e do bem-comum numa só cajadada; o horror paulatinamente consolidado ao escrutínio dos cargos públicos, sendo até já de mau tom questionar comportamentos espúrios ou pôr em causa decisões, mesmo as que, à evidência, denotam total falta de ética – o que é isso, a ética?; o que se sabe do funcionamento por dentro das câmaras e de alguns serviços do Estado, mas que ninguém ousa ou quer revelar tim-tim por tim-tim por receio fundado de represálias ou porque já fez a outros o mesmo, ou ainda pior; os campeões supostamente endinheirados que vêm de fora e no Algarve se instalam com muletas escondidas, concitando o respeito geral expondo como boa a lei da selva; a cultura popular que por aí há e bem financiada, mas que é contra o povo, recoberta já daquela erudição das papas e bolos com que se enganam os tolos; por aí fora... Isto não augura nada de bom, não digo o naufrágio, mas qualquer coisa próxima do pior da Sicília. Oxalá me engane.
Carlos Albino
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Flagrante contraste: a Região Metropolitana ainda à espera do hino e da letra posta a concurso público por Macário, e a tanta música que se dá no Algarve e aos Algarvios
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