1 julho 2004
Em três páginas inteiras do Diário de Notícias, vai para uns cinco anos, alertei para a importância da classificação de Sagres como Património da Humanidade e de forma muito particular chamei a atenção para o valor inestimável do Relógio Solar que o astrónomo José António Madeira, na década de 60, estudou até ao mínimo pormenor, no terreno, desfazendo com instrumental e cálculos científicos os equívocos de Gago Coutinho em matéria de rosa dos ventos. Creio que Paulo Neves terá lido aquelas páginas, gerou-se um movimento encabeçado pela RTA, houve comissões, peritos, foi dito que se avançou para o processo da candidatura e volta e meia fala-se no assunto, mas o certo é que parece que se perdeu a dinâmica e se algum entusiasmo existe, esse entusiasmo está enleado nas malhas da habitual burocracia. Creio ter chegado a hora de se pegar no assunto e de vez. O Presidente do Algarve Metropolitano, Macário Correia, tem naturalmente uma palavra a dizer porque Sagres, descontadas todas as lendas, patranhas e invencionices, é o símbolo documentado de permutas intercontinentais milenares, é o símbolo da maior gesta de um Povo e uma das poucas referências verdadeiramente sagradas da Terra. Sagres deveria estar a bater já como um coração no peito do Algarve e não está. O que falta para a UNESCO?
Carlos Albino
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